Asteroide de 1,5 km de largura é descoberto cruzando a órbita da Terra

Embora seja considerado potencialmente perigoso, devido ao seu tamanho, o asteroide não tem chances de colidir com o nosso planeta
Por Flavia Correia, editado por Acsa Gomes 01/11/2022 09h49, atualizada em 02/11/2022 14h06
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Uma equipe internacional de astrônomos anunciou na segunda-feira (31) a descoberta de um grande asteroide cuja órbita atravessa a da Terra, o que poderia ser catastrófico se houvesse qualquer pequena chance de uma futura colisão.

A órbita do recém-descoberto asteroide 2022 AP7 cruza com a da Terra, mas seu ponto mais próximo do nosso planeta está a seguros 75 milhões de km de distância. Imagem: SSD/JPL/NASA

Chamado 2022 AP7, o asteroide de 1,5 km de largura foi descoberto em área notoriamente difícil de detectar objetos devido ao brilho do Sol. A rocha espacial foi encontrada junto com outras duas por meio de um instrumento de alta tecnologia no telescópio Victor M. Blanco, no Chile, originalmente desenvolvido para estudar matéria escura.

“2022 AP7 cruza a órbita da Terra, o que o torna um asteroide potencialmente perigoso, mas não tem uma trajetória que a fará colidir com a Terra agora ou a qualquer momento no futuro”, disse o autor principal do artigo que descreve a descoberta, publicado no Astronomical Journal, Scott Sheppard, astrônomo do Instituto de Ciência Carnegie, organização sediada na capital norte-americana.

De acordo com o Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha (NOIRLab), nos EUA, o asteroide recém-identificado é o maior objeto potencialmente perigoso para a Terra descoberto nos últimos oito anos.

A equipe liderada por Sheppard descobriu que 2022 AP7 leva cinco anos para circular o Sol sob sua órbita atual, que em seu ponto mais próximo da Terra permanece a 0,05 Unidades Astronômicas (UA) de distância (quase 75 milhões de km).

“O risco é, portanto, muito pequeno, mas em caso de colisão, um asteroide desse tamanho teria um impacto devastador na vida como o conhecemos”, disse Sheppard. Ele explicou que a poeira lançada no ar teria um grande efeito de resfriamento, provocando um “evento de extinção como não é visto na Terra há milhões de anos”.

Já sobre os outros dois asteroides, eles não representam nenhum risco para a Terra, mas um deles é o mais próximo do Sol já detectado.

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Cerca de 30 mil asteroides de todos os tamanhos – incluindo mais de 850 maiores que um quilômetro de largura – foram catalogados nas nossas proximidades, concedendo-lhes o rótulo de “Objetos próximos à Terra” (NEOs). Segundo os cientistas, nenhum deles ameaça colidir com o nosso planeta pelos próximos 100 anos.

Segundo o site Phys, Sheppard estima que haja provavelmente 20 a 50 grandes NEOs a serem descobertos ainda, mas a maior parte estaria em órbitas que os colocam no brilho do Sol, dificultando o acesso dos observadores.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.