Ciência e Espaço

Rochas da Lua podem se tornar combustível para foguete

Oxigênio líquido ou hidrogênio líquido? Nenhum dos dois. Cientistas chineses utilizaram amostras retiradas de pedras da Lua em combustível para foguetes. A equipe conseguiu converter amostras reais do solo da Lua e gerou uma forte candidata à fonte de energia, uma solução que pode ser muito útil em viagens de retorno.

Segundo o artigo publicado na National Science Review, os pesquisadores descobriram que as amostras do solo lunar podem atuar como uma espécie de catalisador, que converte gás carbônico e água do corpo e ambiente dos astronautas em metano e oxigênio.

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O principal autor do artigo, Yujie Xiong, disse que esse tipo de recurso é necessário para “alcançar a produção extraterrestre de combustível e oxigênio”, dessa forma será possível realizar missões de exploração lunar com muito mais confiança e segurança, além de contar com uma durabilidade maior. Ao considerar que os recursos extraterrestres são muito limitados, a equipe propôs “empregar o sistema robótico para executar toda a configuração do sistema de conversão eletrocatalíltico de CO₂.”

De acordo com informações da pesquisa, o uso do solo lunar é capaz de gerar oxigênio e combustível, e o sistema utilizado permite que esse processo seja feito sem a necessidade de tripulação, ou seja, ele funciona mesmo na ausência de astronautas.

Imagem: Regolito lunar

Em um experimento, a equipe usou amostras da missão Chinesa Chang’e-5, que pousou na Mongólia Interior, em dezembro de 2020. Aquela missão chinesa foi o primeiro voo em solo lunar que retornou à Terra, desde 1976. Na ocasião do teste, o solo lunar efetivamente atuou como um catalisador para a formação do combustível, permitindo a conversão eletrocatalítica de gás carbônico em metano e oxigênio.

Desafio na conversão do combustível

Mas há um grande obstáculo a ser superado para formar esse combustível: liquefazer gás carbônico é uma tarefa complicada, principalmente ao considerar a atmosfera gelada da Lua, já que condensar esse gás requer uma grande quantidade de calor. De qualquer forma, a possibilidade não deixa de existir, cabe aos pesquisadores refinar as variáveis para que uma máquina autônoma se afastando, bombeando oxigênio e combustível para futuros visitantes, seja uma realidade possível.

“Nenhuma diferença significativa pode ser observada entre os sistemas tripulados e não tripulados, o que sugere ainda a alta possibilidade de imitar nosso sistema proposto em locais extraterrestres e comprova a viabilidade de otimizar ainda mais as receitas catalisadoras na Lua”, concluíram os pesquisadores no artigo.

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Publicado por
Isabela Valukas Gusmão