Hubble registra imagem fascinante de trigêmeos galácticos

O telescópio Hubble flagrou uma fusão de galáxias trigêmeas a 200 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem
Por Flavia Correia, editado por Acsa Gomes 09/11/2022 11h13, atualizada em 10/11/2022 17h36
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Cada nova imagem do universo captada por equipamentos ultramodernos como o Telescópio Espacial James Webb (JWST) traz grandes revelações sobre a história, a dinâmica e os mistérios cósmicos. Mas o “velhinho” Hubble, em operação há mais de 32 anos, também continua nos presenteando com registros incríveis, mostrando que ainda tem muita informação para oferecer.

Uma prova disso está na mais recente captura feita por essa preciosidade da NASA: o sistema Arp 248, um arranjo de galáxias trigêmeas a 200 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem, em plena atividade interativa que é visual e cientificamente fascinante.

Fusão galáctica dos trigêmeos que compõem o sistema Arp 248 registrada pelo Hubble. Créditos: ESA/Hubble & NASA, Pesquisa de Energia Escura/Departamento de Energia/Fermilab Centro de Física Cósmica/Câmera de Energia Escura/Observatório Interamericano de Cerro Tololo/NOIRLab/National Science Foundation/AURA Astronomia; J. Dalcanton

A imagem mostra duas das galáxias de Arp 248 margeando a galáxia menor, com as três formando o que é conhecido como Wild’s Triplet (Trio Selvagem, em tradução direta).

Elas são conectadas por um fluxo de estrelas, gás e poeira, criado à medida que as galáxias puxam gravitacionalmente umas as outras. Os astrônomos chamam os córregos de “caudas de maré”. Quando galáxias empoeiradas e ricas em gás se fundem, o processo frequentemente forma essas caudas, que são feitas de material dos discos espirais externos das galáxias mescladas e hospedam berçários ativos de estrelas, indicadas em azul.

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Ao investigar mais profundamente fusões como essa, os cientistas descobriram uma nova classe de corpos celestes que eles chamam de “objetos intergalácticos formadores de estrelas” (ISFOs), que podem se originar em consequência das interações de gás e poeira das caudas de marés. 

Esses objetos podem variar em massa desde aglomerados de estrelas supermassivas até as chamadas “galáxias anãs de maré” (TDGs), que correspondem, segundo um estudo de 2012, à origem de cerca de 6% das galáxias anãs.

Sabe-se que os ISFOs são ligados gravitacionalmente às galáxias, mas quantos deles permanecem vinculados e por quanto tempo ainda é uma incógnita. Às vezes, o material das correntes flui de volta para as galáxias, desencadeando a formação de mais estrelas. O material que sobra de toda essa interação enriquece o meio interestelar com poeira e metais.

A Câmera Avançada para Pesquisas (ACS) do Hubble examinou uma variedade de galáxias interativas incomuns, além do sistema Arp 248, para estabelecer as bases para um estudo mais detalhado no futuro, que deve contar com reforços do JWST e do Atacama Large Millimeter/submillimeter (ALMA), um rádio-observatório constituído por um conjunto de 66 antenas baseado no Chile.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.