O Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) identificou no estado a circulação da subvariante BA.5.3.1, outra mutação genética do SARS-CoV-2. Segundo o coordenador da pesquisa, Felipe Naveca, a cepa está, até o momento, relacionada à alta dos casos na região. 

Em investigação realizada em amostras colhidas até 21 de outubro, a BA.5.3.1 mostrou predomínio de 94%, enquanto só um caso da BQ.1 foi encontrado. A BQ.1 é uma ramificação da BA.5, que é uma “família” de subvariantes da Ômicron. Ela foi recentemente relacionada a uma morte em São Paulo e está possivelmente associada ao aumento de casos no Rio de Janeiro.  

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“Como estamos vendo, existe um aumento de casos no Amazonas, que não está associado, até o momento, com o avanço da BQ.1 e, sim, à sublinhagem BA.5.3.1”, afirmou o virologista, que também liderou o trabalho de identificação da variante Gamma no Amazonas no fim de 2020, meses antes de ela se espalhar e causar o colapso dos sistemas de saúde no momento mais crítico da pandemia, em 2021. 

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Durante a primeira quinzena de outubro, o estado do Amazonas registrava uma média de novos casos diários de covid-19 próxima a 30. Após crescimento de mais de seis vezes na quinzena seguinte, o estado entrou em novembro perto dos 200 casos diários, chegando a 7 de novembro, último dia disponível no painel de dados da Fiocruz, com 144 infecções diárias na média móvel. 

Ômicron Japão
Imagem: Shutterstock

Naveca pontuou que no caso do monitoramento da subvariante BQ.1, ele tem sido recomendado globalmente porque ela está relacionada ao aumento das infecções nos Estados Unidos e na Europa e destacou que, apesar de as duas subvariantes da Ômicron (BQ.1 e BA.5.3.1) estarem associadas a cenários de alta nos casos de covid-19, o mesmo não pode ser dito sobre internações e mortes. 

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“O que temos é um aumento de casos, mas não um aumento de casos graves. Essa é a informação mais importante no momento. Precisamos continuar monitorando para ver como vai se comportar a curva de casos nas próximas semanas, mas, felizmente, não temos aumento de casos graves. Isso mostra que a imunidade adquirida pela população, principalmente por meio da vacinação, continua nos protegendo. Por isso, é fundamental que aqueles que ainda não tomaram a segunda dose de reforço procurem um posto de vacinação.” 

No caso do Amazonas, por exemplo, enquanto as novas infecções aumentaram mais do que seis vezes na segunda quinzena de outubro, os óbitos caíram. Segundo o painel de dados da Fiocruz, o estado confirmou três mortes por covid-19 entre 1 e 7 de novembro. 

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Naveca afirmou que seu grupo de pesquisa pedirá ao comitê responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) que reclassifique a BA.5.3.1 com uma designação própria, diferente da linhagem BA, em função das mutações encontradas em sua estrutura genética. 

Com informações da Agência Brasil e Fiocruz Amazônia

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