Nem bem se concluiu ainda a missão não tripulada Artemis 1, e a NASA já está trabalhando em missões futuras de seu novo programa de exploração lunar e de espaço profundo após a era Apollo, encerrada em 1972.

Lançamento do voo Artemis 1, a missão de estreia do novo programa de exploração lunar da NASA, que aconteceu na madrugada de quarta-feira (16). Imagem: NASA TV

E não estamos falando nem de Artemis 2, missão tripulada que repetirá o trajeto da atual, nem de Artemis 3, por meio da qual o complexo veicular Space Launch System (SLS) vai disparar a cápsula Orion para, finalmente, pousar astronautas de novo na Lua pela primeira vez em mais de meio século.

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A agência já está de olho na missão Artemis 4, que não será conduzida por seu poderoso megafoguete de 98 m de altura e 2,6 mil toneladas, mas, sim, por outro veículo colossal, que será ainda mais potente: a Starship, da SpaceX, de 120 m de comprimento.

Na última terça-feira (15), a NASA anunciou um aditivo no contrato firmado com a empresa de Elon Musk em abril, que originalmente consistia em US$2,9 bilhões (mais de R$15,5 bilhões) para o desenvolvimento do Sistema de Aterrissagem Humana (HLS).

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Com esse complemento no acordo, a agência espacial norte-americana vai investir mais US$1,5 bilhão (algo em torno de R$8 bilhões) no que está sendo tratado como “Opção B”. Segundo o site Space News, a opção B cobre atualizações para o módulo de pouso Starship adaptado para a Lua e também inclui uma segunda missão de pouso tripulada.

Starship, espaçonave da SpaceX, na Lua, com pintura da Nasa
Representação artística da uma Starship da SpaceX, com o adesivo da NASA, em solo lunar. Imagem: SpaceX

“Continuar nossos esforços colaborativos com a SpaceX através da Opção B promove nossos planos resilientes para o transporte tripulado regular para a superfície lunar e o estabelecimento de uma presença humana de longo prazo sob Artemis”, disse Lisa Watson-Morgan, gerente do programa HLS da NASA, em um comunicado. “Este trabalho crítico nos ajudará a nos concentrar no desenvolvimento de aterrissadores lunares sustentáveis baseados em serviços, ancorados aos requisitos da NASA para missões regularmente recorrentes à superfície lunar”.

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Até então, a missão Artemis 4 estava destinada apenas a trabalhos voltados para a construção da estação espacial Lunar Gateway, e não incluía um pouso. 

SpaceX se prepara para voo de teste da Starship

A SpaceX continua os preparativos para a primeira tentativa de lançamento orbital da Starship em seu local de testes na Starbase, em Boca Chica, no Texas. Em um teste de fogo estático realizado na segunda-feira (14), foram disparados 14 dos 33 motores Raptor no propulsor Super Heavy do veículo. 

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De acordo com o site Space.com, presume-se que a SpaceX vai continuar aumentando esse número de disparos estáticos, eventualmente acionando todos os 33 motores do modelo Booster 7. 

Segundo Mark Kirasich, vice-administrador associado de desenvolvimento do Programa Artemis, a NASA está acompanhando de perto todo esse processo que vai culminar no primeiro teste de voo orbital da Starship, o que para a agência é visto como um dos marcos no desenvolvimento da versão lunar da espaçonave.

Esse voo de teste vai decolar da Starbase, enviando a cápsula modelo Ship 24 em uma viagem orbital que terminará com um mergulho de pouso no Oceano Pacífico, perto da ilha havaiana de Kauai. O Booster 7 deverá cair no Golfo do México, ao largo da costa do Texas, pouco depois do lançamento.

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Para que tudo isso seja possível, no entanto, primeiro é necessário aguardar a concessão da licença de lançamento, documento que deve ser expedido pela Administração Federal de Aviação (FAA), sem data prevista para liberação.

Paralelamente, a SpaceX está trabalhando para construir um outro local de lançamento para a Starship. A empresa está adaptando a histórica LC39A, no Centro Espacial Kennedy (KSC), da NASA, na Flórida, para acomodar os lançamentos de seu megafoguete, que será o maior e mais poderoso veículo espacial já lançado.

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