Nos últimos anos, diversas empresas de tecnologia surgiram no mercado oferecendo a outras dispositivos capazes de escanear os cérebros dos funcionários. Sim, muitos empregadores querem conseguir ler a mente de seus empregados.

A InnerEye, por exemplo, é uma startup israelense que diz que seus headsets combinam aprendizado de máquina com as faculdades da mente humana, com o objetivo de ajudar os trabalhadores a evitar a indecisão e a trabalhar mais rápido. “Ao conectar humanos e máquinas, a InnerEye combina o melhor dos dois mundos”, diz o site da empresa.

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Outra companhia que trabalha na mesma linha, a norte-americana Emotiv, afirma ser capaz de rastrear o bem-estar dos funcionários com seus dispositivos de eletroencefalografia (EEG) sem fio.

Conforme relata a revista científica Spectrum, do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) dos EUA, esse é um mercado em expansão, e os empregadores estão começando a investir.

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Obviamente, as justificativas para o interesse são “as melhores possíveis” (na concepção dos chefes). O argumento geral para essa classe de dispositivos é de que se trata de uma ferramenta desenvolvida não apenas para aumentar a produtividade, mas para garantir o bem-estar dos funcionários. 

Eles podem, tecnicamente, estar monitorando os funcionários? Podem, mas apenas para o bem deles. 

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Ao ajudar os funcionários a tomar decisões rápidas, quase irracionais, a Inteligência Artificial da InnerEye transforma os trabalhadores comuns em super-humanos. Já a Emotiv só quer manter os funcionários confortáveis.

“O potencial distópico dessa tecnologia não é descartado por nós”, disse Tan Le, CEO e cofundador da Emotiv. “Portanto, estamos muito conscientes de escolher parceiros que queiram introduzir essa tecnologia de maneira responsável – eles precisam ter um desejo genuíno de ajudar e capacitar os funcionários”.

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Ele disse à Spectrum que os dados de seus EEGs pertencem ao trabalhador, que deve “permitir explicitamente que uma cópia de suas varreduras seja compartilhada anonimamente com os superiores”.

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Resta saber se aqueles que terão os cérebros escaneados – os empregados – querem deixar isso acontecer. “Acho que há um interesse significativo dos empregadores”, disse Karen Rommelfanger, fundadora do Instituto de Neuroética dos EUA. “Não sei se há um interesse significativo dos funcionários”.

E você? Permitiria que seu patrão lesse a sua mente?

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