A sonda Orion da missão Artemis 1, da NASA, teve a oportunidade de, nesta segunda-feira (5), sobrevoar todos os seis locais de pouso na Lua já visitados pessoalmente por seres humanos. Durante a transmissão ao vivo da NASA, a porta-voz da agência espacial norte-americana, Sandra Jones, conversou com a vice-curadora da Apollo, Juliane Gross, sobre como o programa da NASA se baseará no legado geológico do programa Apollo.

Dentre os objetivos da missão Artemis 3, prevista para acontecer em 2025, está a recuperação de uma gama mais ampla de rochas do que os basaltos, que representaram a maior parte do que os astronautas da Apollo encontraram em seus locais de pouso equatorial, explicou Gross.

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Gross apontou que na época do programa Apollo, o objetivo não era tão “científico”, mas agora, no programa Artemis há tecnologia suficiente para investir em ciência, até mesmo porque todos os astronautas lunares receberam pelo menos algum treinamento fundamental em geologia.

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Terrenos mais difíceis, como as regiões equatoriais das terras altas, poderão ser explorados. Encontrar esse tipo de material poderá ajudar a determinar questões importantes a respeito da Lua, como colisões e momentos cruciais que transformaram o satélite no que ele é hoje.

A Apollo 15, por exemplo, coletou o KREEP, um acrônimo que os geólogos usam para denominar rochas que contêm potássio (K), elementos de terras raras (REE) e fósforo (P). Os cientistas acreditam que essas pedras se formaram após um momento de colisão mundial, quando um planetoide do tamanho de Marte bateu na Terra e criou a Lua.

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Programa Artemis tem grande potencial científico

Durante a conversa, Gross não chegou a detalhar o trabalho de geologia de feito durante o programa Apollo, mas ela garantiu que os astronautas fizeram o máximo de ciência possível durante as curtas missões. A NASA chegou a enviar um geólogo profissionalmente treinado, Harrison Schmitt, a bordo da Apollo 17, que encontrou um solo jovem “laranja” durante suas excursões na superfície.

De acordo com Gross, o local de pouso da Artemis, no polo sul, por outro lado, contará com menos basaltos e mais voláteis (elementos leves como a água) deixados por um enorme impacto que pode ter lançado rochas datáveis, que apontam quando a colisão cósmica aconteceu.

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