O escultor canadense Christian Corbet reconstruiu o rosto do faraó Tutancâmon usando modelos 3D feitos a partir de escaneamentos de seu crânio. O canadense, já é famoso por ter esculpido o Príncipe Philip em 2013, agora deu forma a construção que é considerada a mais realista do líder egípicio.

Tutancâmon foi um faraó do Egito que reinou a cerca de 1300 anos a. C. Ele fez parte da décima oitava dinastia a governar, no período conhecido como Império Novo. A importância dele se dá porque a sua tumba estava intacta quando foi descoberta, em uma pirâmide no Vale dos Reis. Ela foi encontrada em 1922 pelo inglês Howard Carter, junto com uma grande quantidade de tesouros. 

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O trabalho começou com o bio arqueologista Andrew Nelson, da Universidade de Western, no Canadá. Baseado nos modelos 3D de tomografia computadorizada do crânio adicionou músculo e tecido para reconstruir o rosto. A adição de músculos e profundidades foram baseadas em homens egípcios atuais, diferente das reconstruções anteriores que baseiam-se em homens brancos. “A anatomia de seu crânio guiou a reconstrução facial, então acho que é uma aparência muito mais realista do que qualquer uma das que vimos no passado”, comenta Nelson em resposta ao Uol.

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Desafio na reconstrução do rosto do Faraó

Durante a reconstrução alguns desafios foram encontrados. O modelo 3D não possui olhos, orelhas ou expressão, assim Cobert tomou um pouco de liberdade para adicionar esses elementos, mas tudo cuidadosamente pensado para deixar a representação de Tutancâmon mais real. “Não houve fabricação de recursos – até mesmo as orelhas foram cuidadosamente pensadas por todos nós”, aponta ele. 

Reconstrução do rosto de Tutancâmon [Imagem: Reprodução Soura Films/Christian Corbet]

Além disso, não foi nada fácil pro software usado para reconstrução. Nas técnicas de mumificação egípcia era usada uma resina que ajudava na preservação. Dessa forma o programa precisou distinguir o que era o crânio mumificado e a substância. Carter também relatou que por ser a retratação de uma pessoa que morreu a 3000 anos atrás, ele encontrou dificuldades, diferente de quando esculpiu o príncipe. Apesar disso, ele acha que fez um bom trabalho. “De alguma forma mágica, ele me lembrou que era um faraó e concedeu a aprovação do trabalho concluído. Como artista, você simplesmente sabe quando algo está certo.” brincou ele.

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O trabalho faz parte da produção de um documentário sobre o governante egípcio. Com nome de “Tutancâmon: Aliados e Inimigos”, da produtora Soura Films, ele será exibido pelo canal PBS dos Estados Unidos.

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