O que é AIT, quadro que afetou Renato Aragão 

Filha do comediante, Lívian Aragão, atualizou através das redes sociais que o pai já está melhor
Tamires Ferreira09/12/2022 10h07
Renato Aragão
Imagem: reprodução/Instagram
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Na última quarta-feira (7), Renato Aragão, mais conhecido como o Didi de “Os Trapalhões”, sofreu o que os médicos chamam de ataque (ou acidente) isquêmico transitório (AIT). O quadro, considerado grave, serve como um alerta para o acidente vascular cerebral (AVC), quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. 

O que é AIT e qual a diferença para o AVC? 

De acordo com a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins, presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), à Agência Brasil, o AIT é como um pré-AVC. Ele indica que há um risco muito alto de acidente vascular cerebral em 48 ou 72 horas. 

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Assim como no AVC, no AIT, um coágulo ou placa de gordura chega aos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e causa um entupimento, fazendo com que as células daquela região cerebral parem de trabalhar. O resultado são sintomas como paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala e de compreensão, tontura e até perda de visão, que pode acometer um ou ambos os olhos.  

No caso do AIT, a partícula que obstrui a artéria se dissolve ou se desloca em um tempo muito curto, fazendo com que a situação de isquemia seja transitória e termine sem deixar sequelas. 

“É como a angina, no caso do coração, onde o paciente tem uma dor no peito e melhora, mas aquilo é sinal de que o vaso está entupido ou semientupido e pode ocorrer um infarto. O AIT é a mesma coisa. É um alerta de que alguma coisa não está bem e também uma chance de fazer o tratamento rápido e não ter um AVC”, explicou a especialista. 

Ilustração 3D de um vaso sanguíneo
Imagem: Alex Mit/Shutterstock

O episódio pode ser rápido, durando menos de um minuto, mas também pode chegar a uma hora. Os sintomas chegam e vão embora subitamente, mas o risco de algo mais grave permanece. 

“É um sinal de alto risco, se não houver tratamento. E a chance maior de ter um AVC é nos primeiros três dias. Por isso, deve-se ir ao hospital no mesmo dia e ser atendido de urgência.” 

Dentre os sintomas de um AIT estão: franqueza, tontura, problemas de visão, fala arrastada, dormência ou formigamento nas pernas e rosto, confusão mental, falta de equilíbro ou coordenação e paralisia de um lado do corpo. No caso do AIT, os sinais costumam desaparecer dentro de 24 horas. 

Segundo a Rede Brasil AVC, 90% dos casos de AVC são evitáveis, mesmo que o envelhecimento e fatores genéticos aumentem os riscos. Questões de saúde como hipertensão, diabetes e depressão podem ser tratadas e reduzir as chances de sofrer uma isquemia. Parar de fumar, não abusar do álcool, praticar atividades físicas, reduzir o consumo de açúcar, sais e gorduras e controlar o excesso de peso corporal também estão entre as mudanças capazes de minimizar o risco de doenças cerebrovasculares. 

Didi já está bem, mas segue internado em observação médica e neurológica, conforme informou sua filha, Lívian Aragão, pelos Stories do seu Instagram. No feed e Twitter, a atriz também compartilhou uma foto ao lado do pai acalmando os fãs. 

Vale destacar que há dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro tipo é o mais comum, correspondendo de 80% a 85% dos casos. 

A busca rápida por atendimento médico é essencial porque, a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios, o que leva a sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala. 

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Tamires Ferreira
Redator(a)

Tamires Ferreira é jornalista formada pela Fiam-Faam e tem como experiência a produção em TV, sites e redes sociais, além de reportagens especiais. Atualmente é redatora de Hard News no Olhar Digital.