Meta ameaça remover conteúdo jornalístico das redes sociais

Empresa questiona projeto de lei que exige que as redes sociais recompensem os jornalistas por publicarem suas matérias
Por Fernanda Lopes Soldateli, editado por Adriano Camargo 09/12/2022 19h00, atualizada em 09/12/2022 20h08
mark-zuckerberg-1
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Em um comunicado recente, a Meta ameaçou tirar todos os conteúdos jornalísticos de suas principais plataformas, como Facebook e Instagram. Isso é um problema, já que estas redes são os meios principais de informação de muitos usuários.

Esta ameaça é devida a um projeto de lei que busca remuneração aos jornalistas que publicam nas redes sociais. Para Mark Zuckerberg, CEO da Meta, esta lei desconsidera a importância das plataformas nos meios de comunicação atuais. 

Leia mais:

Andy Stone, diretor de comunicação de políticas da Meta, emitiu o aviso em nome da empresa, dizendo que se o Congresso aprovar um “projeto de lei imprudente sobre jornalismo como parte da legislação de segurança nacional, seremos forçados a considerar a remoção total de notícias de nossa plataforma”.

“A Lei de Concorrência e Preservação do Jornalismo não reconhece o fato principal: editores e emissoras colocam o seu conteúdo na nossa plataforma porque beneficiam seus resultados – e não o contrário. Nenhuma empresa deve ser forçada a pagar por conteúdo que os usuários não querem ver e isso não é uma fonte significativa de receita”, afirmou o executivo, segundo o portal Fast Company Brasil.

3-mark-zuckerber
Mark Zuckerberg CEO da Meta

Um estudo do Pew Research Center, instituto de pesquisa dos Estados Unidos, informou que cerca de 48% dos adultos do país leem notícias em redes sociais de modo “frequente” ou “às vezes”. Ao serem perguntados onde eles buscam informações, o Facebook superou todas as outras redes sociais. 

Para as matérias serem publicadas nas plataformas, elas precisam estar de acordo com dois projetos de lei que possuem o mesmo nome: Lei de Concorrência e Preservação do Jornalismo (JCPA). O problema é que o Facebook, e todas as outras redes, excluem uma cláusula importante, a de compensar editores e emissoras pelas notícias publicadas. 

Amy Klobuchar, senadora dos EUA por Minnesota, apresentou a versão mais recente do projeto de lei com apoio bipartidário este ano. Isso permitiria que os editores negociassem com as redes sociais como seu conteúdo é distribuído e daria a eles o direito de exigir que essas plataformas pagassem pela veiculação.

Meta
Imagem: Primakov/Shutterstock

Meios grandes de comunicação, com mais de 1,5 mil funcionários, como o The New York Times e o Washington Post, não seriam elegíveis de receber esta remuneração. De acordo com o senador do estado de Illinois Dick Durbin, presidente do Comitê Judiciário do Senado e copatrocinador do JCPA, o projeto de lei visa beneficiar as organizações de notícias locais.

“As notícias locais são essenciais para manter nossas comunidades informadas, principalmente em tempos de crise. Mas com o domínio das plataformas de Big Tech, como o Google e o Facebook, muitos meios de comunicação pequenos e locais estão fechando”, explica Durbin.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal.

Fernanda Lopes Soldateli é redator(a) no Olhar Digital

Jornalista 100% geek há quase 20 anos, pai do Alê, fanático por tecnologia, games, Star Wars, esportes e chocolate. Narrador/comentarista esportivo e Atleta Master. Não necessariamente nessa ordem.