Você se arriscaria a montar um quebra-cabeças infinito?

Um casal se tornou popular nas redes sociais por realizar quebra-cabeças, digamos, mais complexos
Por Fernanda Lopes Soldateli, editado por Adriano Camargo 13/12/2022 21h00, atualizada em 14/12/2022 20h50
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Em Palenville, Estados Unidos (EUA), um casal de artistas desenvolve quebra-cabeças por meio de tecnologia, utilizando um algoritmo – no mínimo – diferente. As peças são feitas de madeira, cortadas a laser em seu estúdio, o Nervous Systems. A dupla criou um software que os ajuda a fazer com que as peças se desenvolvam em formatos nada convencionais. 

Os cortes possuem nomes como: dendrito, ameba, onda e labirinto. A fonte de inspiração da Sra. Rosenkrantz e o Sr. Louis-Rosenberg são fungos, líquens e corais. “Eles são muito estranhos, comparados a nós”, disse a Sra. Rosenkrantz ao The New York Times. Além do reino natural, tudo pode virar quebra-cabeças: ciência, matemática, arte e muito mais.

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Chamados de artistas de algoritmo, eles conseguem desenvolver um sistema com critérios específicos, como formato, cores e traços. Ao ser acionado, este algoritmo cria, dentro dos padrões estabelecidos, uma obra única e aleatória. 

Chris Yates, artista que faz quebra-cabeças de madeira cortados à mão, descreveu a criação do casal, como “eles estão rasgando tudo e começando do zero”.  O mais novo quebra cabeça da  Sra. Rosenkrantz e do Sr. Louis-Rosenberg surgiu por meio de um cortador a laser, o que combinou com a nova invenção do Nervous Systems, o quebra-cabeça infinito.

Corte a laser de quebra-cabeça de ágata com corte estilo “labirinto” do Sistema Nervoso. Créditos: Tony Cenicola/The New York Times

Eles apostaram em um design conceitual em suas novas criações, como o “Infinite Galaxy Puzzle”, apresentando uma fotografia da Via Láctea em ambos os lados. “Você só pode ver metade da imagem de uma vez”, disse Louis-Rosenberg. “E toda vez que você faz o quebra-cabeça, teoricamente você vê uma parte diferente da imagem”.

Matematicamente, explicou, o design é inspirado na topologia “incompreensível” de uma garrafa de Klein: uma “superfície fechada não orientável”, sem o interior, exterior, superior ou inferior. “É tudo contínuo”, disse ele. O quebra-cabeça continua e continua, envolvendo de cima para baixo, de um lado para o outro. E tem um truque: o quebra-cabeça “ladrilhos com um flip”, por exemplo, mostra que qualquer peça do lado direito se conecta ao lado esquerdo, mas somente depois que a peça é virada.

Um quebra-cabeça infinito. Créditos: Tony Cenicola/The New York Times

Em 2021, a dupla se uniu em uma colaboração com Amanda Ghassaei, artista e engenheira que constrói simuladores interativos de marmorização no papel baseados em física, dinâmica de fluidos e matemática. Por meio de suas imagens, o casal criou cortes que acompanhavam as ondas dessa simulação, surgindo novos quebra-cabeças. 

Jessica Rosenkrantz e Jesse Louis-Rosenberg, com a filha Xyla, no Nervous Studio em Palenville, NY. Créditos: Tony Cenicola/The New York Times

“Há muito mais coisas para explorar quando você não está limitado pelas realidades físicas de trabalhar com uma área apenas plana”, disse Ghassaei.

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Fernanda Lopes Soldateli é redator(a) no Olhar Digital

Jornalista 100% geek há quase 20 anos, pai do Alê, fanático por tecnologia, games, Star Wars, esportes e chocolate. Narrador/comentarista esportivo e Atleta Master. Não necessariamente nessa ordem.