Segundo informações da Bloomberg, a Meta Platforms Inc. aceitou pagar uma indenização histórica de US$ 725 milhões de dólares para resolver uma ação coletiva de usuários do Facebook pelo caso Cambridge Analytica.
Esse acordo encerra a ação coletiva movida por usuários que se sentiram lesados por terem seus dados compartilhados sem permissão com a empresa inglesa. O processo foi autorizado pelo juiz Vince Chhabria, de São Francisco, Califórnia (EUA) em 2019.
No comunicado conjunto dos advogados Derek Loeser e Lesley Weaver, disseram que “Este acordo histórico vai proporcionar um alívio significativo para a classe nesse caso de privacidade complexo e original. Chegamos a esse ponto apenas por nossas equipes de advogados e profissionais terem se dedicado anos de trabalho duro ao caso.”
O escândalo aconteceu em 2015, e a equipe do Facebook foi avisada sobre o caso do uso indevido de dados dos usuários pela Cambridge Analytica, apesar de ter negado isso depois. A empresa pediu falência e hoje está extinta.
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Outros casos judiciais da Meta pelo caso Cambridge Analytica
No ano passado, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, virou réu em outro processo relacionado ao caso Cambridge Analytica. Na época, ele acabou não indo depor por um acordo ter sido aceito pouco antes da data marcada. Vale lembrar que a Meta pagou quase US$ 5 bilhões a mais só para proteger seu CEO e fundador.
O valor foi pago para tirar o nome de Mark Zuckerberg de outro processo contra a Meta pelo caso da Cambridge Analytica. Esse processo foi o da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, a FTC (Federal Trade Commission). Nos casos citados, a Meta optou pela solução de abrir os cofres para resolver a questão.
Esse ano, o Facebook também foi condenado a pagar multa de R$ 6,6 milhões por vazar dados de brasileiros. No mês passado, a Meta foi multada em US$ 275 milhões por um vazamento de dados não relacionado ao caso Cambridge Analytica.
Meta vai pagar multa histórica
Essa é a “maior quantia recuperada em uma ação de privacidade de dados e também o mais que o Facebook já pagou para resolver uma ação coletiva”, como cita o processo judicial da Milliberg, empresa de advocacia responsável pelo processo.
Essa não foi a primeira vez (e não será a última) que a Meta precisou fazer um acordo judicial para compensar usuários que tiveram dados compartilhados. Os dados dos usuários foram usados pela empresa britânica para ajudar o desempenho do seu cliente Donald Trump. Isso acabou ajudando Trump a vencer as eleições presidenciais norte-americanas em 2016.
Como o escritório de advocacia responsável pela ação coletiva cita na ação judicial, “a Meta não informa aos usuários do Facebook que clicar em links de sites de terceiros dentro do Facebook vai automaticamente mandá-los ao navegador interno do Facebook, ao invés do navegador do usuário, ou que a Meta vai monitorar a atividade e comunicações dos seus usuários nesses sites.”
Assim, “os usuários interagem livremente com esses sites, compartilhando todo tipo de dados e preferências pessoais, sem fazerem ideia de que estão sendo rastreados ou que ainda estão, na verdade, dentro do app do Facebook”.
Além do processo em São Francisco, o Facebook também é alvo de outra ação coletiva na Inglaterra e no País de Gales em 2020. Quer saber tudo sobre o caso Cambridge Analytica? É só clicar aqui.
Imagem: Sergei Elagin (Shutterstock)
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