China detecta característica rara em rajadas rápidas de rádio

Fenômeno detectado uma única vez na Via Láctea, as rajadas rápidas de rádio, normalmente, vêm de outras galáxias
Por Mateus Dias, editado por Flavia Correia 29/12/2022 10h30
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De acordo com novo estudo, decomposição planetária causada por proximidade com estrela hospedeira pode ser causa de rajadas rápidas de rádio no cosmos. Imagem: zhennet - Shutterstock
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Uma equipe de pesquisadores da China usou o Radiotelescópio Esférico com Abertura de 500 Metros (FAST) para detectar rajadas rápidas de rádio repetitivas e ativas. Eles acabaram descobrindo uma característica rara em três dessas fenômenos: a polarização circular.

O radiotelescópio FAST, conhecido como “Olho do Céu”, da China, detectou a característica rara em três rajadas rápidas de rádio. Imagem: Universidade Normal de Pequim (BNU)

As rajadas rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês) são emissões superenergéticas de ondas de rádio. A duração delas não passa de alguns milissegundos, mas esses poucos instantes liberam uma quantidade de energia equivalente à emitida pelo Sol em um mês ou, até mesmo, um ano.

Geralmente, as FRBs vêm de outras galáxias e sua formação ainda é uma incógnita. O fenômeno só foi detectado uma única vez na Via Láctea

Outro mistério que também cerca essas rajadas é a possibilidade de elas se repetirem. A maioria das FRBs não dura mais que uns instantes, mas algumas se reiteram.

Cerca de 20 rajadas rápidas de rádio já observadas apresentaram característica de repetição, o que representa em torno de 5% das detecções.

A primeira delas foi catalogada como FRB20121102A, após a qual os pesquisadores descobriram a FRB20190520B, que foi a primeira persistentemente ativa. A mais recente detectada foi a FRB20201124A, a primeira FRB repetitiva a apresentar polarização circular. Esses resultados foram publicados este mês no periódico científico Science Bulletin.

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Polarização circular

A polarização traz importantes informações sobre as ondas eletromagnéticas, onde estão a luz visível e as ondas de rádio, uma de suas propriedades fundamentais. Até então, todas as rajadas rápidas de rádio apresentavam polarização linear. Entretanto, a FRB20201124A mudou a forma como os pesquisadores conheciam o fenômeno.

Agora, as rajadas com essa característica passam de um exemplar, para três. Isso faz com que os pesquisadores acreditem que outras rajadas repetitivas possam ter essa característica, e que talvez seja até algo comum entre elas.

Um estudo mais aprofundado sobre as FRBs pode revelar mais informações sobre a polarização e até solucionar outros mistérios que as envolvem.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.