Satélites poderão auxiliar nas buscas por fósseis na Terra

Em geral, uma técnica desse tipo poderia promover uma mudança dentro do campo da paleontologia, na busca por fósseis
Por Isabela Valukas Gusmão, editado por André Lucena 03/01/2023 20h37, atualizada em 04/01/2023 20h45
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Mais um instrumento pode ser incorporado às buscas por fósseis: os satélites. As imagens obtidas por esses aparelhos pode ajudar os paleontólogos a vasculhar locais promissores de fósseis. Pelo menos foi o que apontou a nova pesquisa do laboratório do paleontólogo Edward Davis, do Departamento de Ciências da Terra.

Segundo os resultados obtidos, os dados de satélite podem revelar grandes fósseis individuais do ar, o que direciona os pesquisadores em campo no solo. “Organizar o trabalho de campo é muito caro, e há muitos riscos de segurança e proteção”, disse Elena Ghezzo, que liderou o trabalho como pesquisadora de pós-doutorado no laboratório de Davis.

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A equipe analisou imagens de satélite multiespectral que não capta apenas a luz visível, mas também outros comprimentos de onda, como ultravioleta e infravermelho. Ao observar a interação dos diferentes tipos de luz pela paisagem, os pesquisadores podem escolher e notar características específicas que aparecem.

De acordo com Ghezzo, essa é a primeira vez que esse tipo de satélite é usado para buscar por fósseis. A ideia foi testada com dados do Parque Nacional da Floresta Petrificada, no Arizona. Hoje, o local é um deserto colorido, pontilhado com troncos fossilizados. A partir dessa paisagem e da criação de um mapa específico, foi possível criar as assinaturas nos dados de satélite que distinguiam um fóssil do fundo de outras características do cenário.

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Imagem: Troncos de árvores fossilizadas no Petrified Forest Nationial Park, no Arizona, onde foram realizadas pesquisas sobre o uso de imagens de satélite para identificar locais fósseis. Créditos: Universidade de Oregon

Técnica será aplicada em outras regiões com fósseis

É mais fácil realizar a busca pelos fósseis em paisagens planas e abertas, com poucas obstruções, como é a Floresta Petrificada. Mas outros dados sobre a geologia e a topografia da região também podem ser levados em conta, para ajudar os pesquisadores a distinguir um fóssil de outros objetos.

Agora, Ghezzo está testando a técnica em uma variedade de sítios fósseis em todo o mundo, do Peru ao Egito e à Mongólia. Futuramente, a equipe pretende aplicar essa mesma técnica em alguns campos no leste de Oregon, nos EUA, já que há fósseis espalhados por vastas extensões remotas na região.

Em geral, uma técnica desse tipo poderia promover uma mudança dentro do campo da paleontologia. As práticas do passado, que incluíam explodir encostas com dinamite, têm, em alguns casos, danificado irreparavelmente a paisagem. Com essa técnica, o trabalho desenvolvido pode ser mais sustentável e preservar o contexto em que os fósseis são encontrados.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.