Os Estados Unidos tiveram um aumento significativo na fabricação de chips nos últimos 18 meses. A escala foi tão grande que chegou a ser comparada com o período da Guerra Fria. Esse investimento vem de questões geopolíticas, já que o país está tentando não deixar que a China se torne uma potência avançada neste segmento. 

E este produto está presente em quase tudo que usamos, de smartphones a carros e até equipamentos militares, além de utensílios de cozinha. Os EUA irão gastar US$ 200 bilhões, somando as 35 empresas, para a fabricação de chips prometidos desde 2020, de acordo com a Associação da Indústria de Semicondutores. 

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Funcionários da Casa Branca argumentaram que os investimentos na fabricação de chips reduzirão drasticamente a proporção de chips necessários para compra no exterior, melhorando a segurança econômica dos EUA .Crédito: Kenny Holston

O dinheiro será gasto em 16 estados, incluindo Texas, Arizona e Nova York, em 23 novas fábricas de chips, na expansão de nove fábricas e em investimentos de empresas fornecedoras de equipamentos e materiais para a indústria, segundo The New York Times.

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A iniciativa veio do governo do atual presidente, Joe Biden, que está oferecendo US$ 76 bilhões em doações, créditos fiscais e outros subsídios para incentivar a produção doméstica de chips. “Nunca vi um tsunami como este”, disse Daniel Armbrust, ex-presidente-executivo da Sematech, um consórcio de chips – agora extinto – formado em 1987 com o Departamento de Defesa e financiamento de empresas e membros.

Empresas e suas grandes promessas 

Em setembro de 2022, a Intel prometeu investir pelo menos US$ 20 bilhões em duas fábricas de semicondutores em Columbus, Ohio. 

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Com apenas um mês de diferença, a Micron Technology, um produtor americano de memórias de computador e armazenamento de dados, comemorou um novo local de fabricação perto de Syracuse. A empresa pretendia gastar US$ 20 bilhões até o final da década, mas pelos gastos atuais esse número pode quintuplicar. 

Sanjay Mehrotra, executivo-chefe da Micron Technology, no Onondaga Community College em Syracuse, NY, em outubro. 
A empresa está construindo uma nova fábrica nas proximidades. Crédito: Kenny Holston

Já no final do ano, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company Limited (TSMC), gigante multinacional taiwanesa de contratos de fabricação de semicondutores, organizou uma festa em Phoenix, onde planeja triplicar seu investimento para US$ 40 bilhões e construir uma segunda nova fábrica para criar chips ainda mais avançados.

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Porque a preocupação?

Atualmente, a maior parte dos chips do mundo são produzidos em Taiwan, a ilha à qual a China reivindica direitos territoriais. Isso preocupou os Estados Unidos, já que eles podem ficar sem a cadeia de suprimentos de semicondutores caso (mais) algum conflito surja entre os países. 

Os executivos do setor de tecnologia disseram que estes esforços podem resolver o problema até certo ponto para os EUA. Uma fábrica demora anos para ser construída, e talvez não oferecesse a tecnologia mais avançada do setor nos primeiros anos de fabricação.

E a bonança de dinheiro na produção de chips dos EUA “não vai tentar ou ter sucesso em alcançar a autossuficiência”, disse Chris Miller, professor associado de história internacional na Fletcher School of Law and Diplomacy da Tufts University, e autor de um livro recente sobre as batalhas da indústria de chips.

Vamos aguardar os próximos capítulos.

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