Nesta segunda-feira (9), conforme anunciado pelo Olhar Digital, a Virgin Orbit, empresa pertencente ao bilionário Richard Branson, fez um lançamento a partir do espaçoporto de Cornwall, na Inglaterra, que tinha tudo para ser histórico. No entanto, as coisas não saíram conforme o planejado.

Batizada de “Start Me Up” (algo que se traduz em “Ligue-me”), inspirada na famosa canção dos Rolling Stones, de 1981, a missão decolou às 20h09 (pelo horário de Brasília), representando o primeiro lançamento orbital do Reino Unido e a primeira missão comercial a levantar voo a partir da Europa Ocidental.

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“Este é um marco significativo para a nação, a Agência Espacial do Reino Unido (UKSA) e para todos aqueles que trabalharam tão duro ao longo de muitos anos para tornar nossas ambições de criar uma capacidade de lançamento espacial comercial uma realidade”, declarou Ian Annett, vice-CEO da UKSA, em comunicado emitido antes do lançamento.

A Virgin Orbit usa uma aeronave Boeing 747 modificada chamada Cosmic Girl, que decola com um foguete LauncherOne, de 21 metros de comprimento, acoplado sob uma das asas.

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Quando tudo sai conforme o planejado, ao ser lançado pelo avião a uma altitude de cerca de 11 mil metros, o foguete então dispara seus motores e faz o seu caminho para começar a orbitar através do ar rarefeito.

De acordo com o site Space.com, o estágio propulsor do foguete fez seu trabalho, e os dois estágios se separaram corretamente cerca de 3,5 minutos após ser lançado pelo Cosmic Girl.

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No momento da queima de quase cinco minutos realizada pelo estágio superior, notou-se uma falha.

“Parece que o LauncherOne sofreu uma anomalia, o que nos impedirá de fazer a órbita desta missão”, disse Chris Relf, diretor de engenharia e verificação de sistemas da Virgin Orbit, durante a transmissão ao vivo, sem entrar em mais detalhes.

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O que se sabe é que a falha resultou na perda de nove satélites: um experimento de fabricação em órbita da empresa britânica Space Forge; vários cubesats de defesa do Reino Unido (incluindo dois para estudar a ionosfera, a camada superior da atmosfera da Terra); e um satélite experimental de navegação global cofinanciado pela Agência Espacial Europeia (ESA).

Na manhã desta terça-feira (10), tanto a Virgin Orbit quanto a UKSA se comprometeram a investigar a causa da anomalia. “Trabalharemos incansavelmente para entender a natureza da falha, fazer ações corretivas e retornar à órbita assim que tivermos concluído um processo completo de investigação e garantia de missão”, disse o CEO da Virgin Orbit, Dan Hart, no comunicado da empresa.

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Matt Archer, diretor de voos espaciais comerciais da UKSA, disse que a agência trabalhará em estreita colaboração com a Virgin Orbit enquanto investiga o que causou a anomalia nos próximos dias e semanas.

“Embora esse resultado seja decepcionante, o lançamento de uma espaçonave sempre traz riscos significativos”, disse Archer. “Apesar disso, o projeto conseguiu criar uma capacidade de lançamento horizontal no espaçoporto de Cornwall, e continuamos comprometidos em nos tornarmos o principal fornecedor de lançamento comercial de pequenos satélites na Europa até 2030, com lançamentos verticais planejados da Escócia”.

Mesmo com falha, lançamento de foguete foi vantajoso para o Reino Unido

“Start Me Up” foi um grande negócio para o Reino Unido. Os ingressos para assistir à decolagem do Cosmic Girl do espaçoporto de Cornwall, também conhecido como Aeroporto de Newquay, esgotaram mais rápido do que os do icônico festival de música de Glastonbury, no Reino Unido, de acordo com Ian Annett, vice-CEO da Agência Espacial do Reino Unido.

Os espectadores enfrentaram o frio para testemunhar o momento histórico, apesar das chuvas ocasionais e das rajadas de vento que fizeram com que as temperaturas de 9ºC no local parecessem ainda mais baixas.

Eles testemunharam a falha no lançamento do foguete e viram a aeronave Cosmic Girl retornar em segurança ao aeroporto.

A Virgin Orbit tem cinco lançamentos em seu portfólio até o momento, todos decolando do Porto Espacial e Aéreo de Mojave, na Califórnia. A primeira missão, um voo de teste que decolou em maio de 2020, falhou. Os quatro seguintes, no entanto, foram todos bem-sucedidos, implantando um total de 33 satélites em órbita.

Originalmente, a empresa tinha como alvo o mês de novembro de 2022 para o lançamento da missão “Start Me Up”, mas atrasos na obtenção das aprovações regulatórias necessárias alteraram os planos.

De acordo com a Virgin Orbit, algumas datas de backup estão disponíveis a partir da segunda quinzena até o fim de janeiro.

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