As verificações de contas do Twitter compradas pelo Talibã parecem ter sido removidas, depois que muitos expressaram indignação com o fato de a plataforma de mídia social ter dado sua marca de seleção azul aos governantes islâmicos “linha-dura” do Afeganistão.
Anteriormente, o Twitter apenas dava marcas de verificação azuis para contas que eram consideradas “contas ativas, notáveis e autênticas de interesse público”. Mas, desde que Elon Musk adquiriu a plataforma no ano passado, os usuários podem comprá-los no serviço Twitter Blue por uma taxa – opção que pelo menos dois funcionários do governo talibã no Afeganistão exerceram.
Leia mais:
- YouTube confirma teste de novo hub de canais de streaming gratuitos
- TikTok tenta sobreviver nos Estados Unidos; entenda
- Elon Musk faz tuíte criticando o Instagram; confira
O chefe do departamento de acesso à informação do Talibã, Hedayatullah Hedayat, e seu principal fiscal de mídia, Abdul Haq Hammad, tinham marcas azuis em suas contas na segunda-feira (16).
As contas dos dois homens têm 187 mil e 170 mil seguidores cada. O Hedayat’s – que publica regularmente informações sobre assuntos administrativos do Talibã – já havia recuperado seu selo após ter sido removido pela primeira vez em dezembro.
A BBC informou na segunda-feira (16) que Hedayat e Hammad se tornaram assinantes do Twitter Blue, permitindo-lhes obter marcas de verificação que eles e outros membros do Talibã não tinham anteriormente.
Um ex-funcionário do Talibã elogiou Musk pelas verificações e por “tornar o Twitter ótimo novamente”, segundo a reportagem da BBC. Mas o relato provocou indignação entre muitos usuários que se opõem ao longo histórico de violações dos direitos humanos do Talibã e seus laços com organizações terroristas violentas.
Na terça-feira (17), as contas de Hedayat e Hammad não exibiam mais as marcas de seleção azuis. Não ficou claro se o Twitter ou os próprios usuários removeram as verificações. Nem o Twitter, nem Musk, até agora, falaram publicamente sobre a situação.
De acordo com o Twitter Blue, usuários que assinam o serviço por US$ 8 mensais – US$ 11 para quem usa o app da plataforma em aparelhos da Apple – têm prioridade nas buscas, menções e respostas. O Twitter diz que usa o serviço tanto como fonte de receita como para combater spam e contas de bots.
O Talibã há muito usa o Twitter para divulgar suas mensagens, mas nunca carregou uma marca de verificação até o Twitter Blue. As políticas atuais do Twitter dão marcas de seleção douradas para empresas e cinzas para funcionários do governo e outras autoridades notáveis.
Via The Guardian
Imagem destacada: pnm-stock/Shutterstock
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Tags: