Web3: entenda a ideia de descentralizar a internet das gigantes tech

Alguns usuários da web estão descontentes com o controle das maiores empresas de tecnologia sob a internet e desejam mudar essa realidade
Por Luann Motta Carvalho, editado por Lyncon Pradella 18/01/2023 16h48
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Diversos usuários ao redor do mundo estão insatisfeitos com os rumos da internet comandados por empresas gigantes da tecnologia, em meio à perda de rentabilidade, altos escândalos e a incapacidade de combater desinformações e discursos de ódio. Algumas pessoas vêm apontando uma solução para essa questão: a Web3.

O que é a Web3 e como essa ideia poderia funcionar?

  • A Web3 é uma ideia que alguns usuários pedem de uma nova iteração da internet, baseada na tecnologia blockchain. Os tokens não fungíveis (NFTs) são mencionados nesse pensamento, que traz conceitos como a descentralização da web;
  • Entusiastas de tecnologia e criptomoedas olham com interesse para a Web3, após as plataformas de cripto como a Ethereum utilizarem o blockchain em seus processos. Essa seria supostamente uma forma de produzir apps em um blockchain descentralizado, sem a hospedagem de uma empresa individual;
  • Assim, alguns especialistas garantem que a Web3 teria o poder de combater a influência de gigantes tech e fornecer mais privacidade e seguranças aos dados dos usuários.

A ideia da Web3, com isso, seria uma evolução da Web 2.0, cujo pensamento se popularizou nos anos 2000. A World Wide Web via o lançamento de várias empresas como o YouTube, Facebook, Twitter, Instagram, entre outras. Seriam plataformas que exerceriam controle sobre os passos dos usuários, mas que trouxe benefícios e quebrou obstáculos digitais, como o pagamento de itens online.

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No entanto, escândalos como o caso em 2018 da empresa Cambridge Analytica, que teria coletado os dados pessoais de milhões de usuários do Facebook, contribuem para a desmoralização das empresas tech. Uma visão muito divulgada entre os usuários é de que as gigantes da tecnologia concentram muito poder nas mãos e ao mesmo tempo, não são confiáveis.

Imagem: Reprodução/Shutterstock
Imagem: Reprodução/Shutterstock

Nesse sentido, a Web3 se baseia fortemente nos aplicativos descentralizados (dapps), que possuem código aberto e operam de maneira autônoma. De acordo com a ideia, os dapps são hospedados por todos os usuários – não somente por uma empresa – e isso seria um serviço mais “democrático”. Além disso, as pessoas podem permanecer anônimas, mas serem rastreadas de forma confiável devido aos registros da blockchain.

Dentro desse futuro da internet idealizado por muitos, a Web3 desafiaria o monopólio das gigantes tech. Alguns usuários apontam também que o combate às contas falsas, bots e discursos de ódio seria muito mais eficiente do que é atualmente.

Contudo, há alguns problemas que a Web3 precisa enfrentar, especialmente na questão de “repetição da história”: depender de empresas para implementar uma tecnologia digital complexa. No passado, o Google surgiu em meio à ascensão da Web 2.0 e as dificuldades trabalhosas da Web 1.0. Com isso, alguns “guardiões” dessa ideia da internet podem surgir e transformar o pensamento em um paradoxo.

A Ethereum e a Coinbase seriam esses guardiões da Web3. “Está tudo centralizado em termos de pessoas que têm conhecimento técnico e dinheiro para desenvolver e lançar essas coisas em primeiro lugar”, explica Catherine Flick estudante de computação e responsabilidade social da Montfort University, em seu artigo.

Informações via NewScientist

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Luann Motta Carvalho é estudante de Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense e atua profissionalmente na área desde 2020. Atualmente é redator da editoria de Internet e Redes Sociais.

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.