O ChatGPT está mais uma vez envolvido em um acontecimento surpreendente. Em um curso de MBA (Master of Business Administration), um grau acadêmico de pós-graduação realizado por administradores e executivos de gestão de empresas, o chatbot com inteligência artificial obteve um feito que muitos poderiam não esperar.

ChatGPT é testado por um professor e supera a nota de alunos

  • Christian Terwiesch, professor da Wharton School da Universidade da Pensilvânia, uma das escolas de administração mais prestigiadas dos EUA, decidiu colocar o ChatGPT à prova e descobriu que o chatbot supera alguns de seus estudantes no curso de gerenciamento de operações;
  • Em seu artigo publicado esta semana, Terwiesch afirma que o ChatGPT teria recebido nota B a B- no exame da área. “Isso tem implicações importantes para a educação em faculdades de administração”, disse o professor, citando mudanças que seriam necessárias nas políticas dos testes e do ensino;
  • O ChatGPT tem despertado a preocupação de diversos acadêmicos e houve vários relatos de alunos que utilizaram o chatbot para colar em redações e provas.

Um dos acadêmicos que demonstra inquietação quanto às repercussões do ChatGPT é Jerry Davis, professor da Ross Business School, da Universidade de Michigan. Segundo o Financial Times, ele convocou um reunião do corpo docente para discutir as implicações da ferramenta de IA.

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“Sou um dos alarmistas”, disse Davis. “Todo o nosso empreendimento na educação está sendo desafiado por isso, e só vai ficar mais desafiador. É hora de repensar de cima para baixo”, acrescentou.

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Outro acadêmico que abriu debates envolvendo o assunto é Francisco Veloso, reitor da Imperial College Business School, em Londres. “Estamos tendo discussões sérias e um grupo de trabalho está analisando as implicações do ChatGPT e outras ferramentas semelhantes que sabemos que nossos alunos engenhosos e criativos estão usando, e estaremos formulando políticas em torno disso em breve”, disse ele ao Financial Times.

Imagem: Reprodução/Shutterstock
Imagem: Reprodução/Shutterstock

Nos últimos meses, foi amplamente divulgado que a Microsoft estaria interessada em realizar algumas operações realcionadas ao ChatGPT. Algumas especulações apontam que a gigante do software está considerando um investimento de US$ 10 bilhões na Open AI, empresa por trás do chatbot, além dos US$ 1 bilhão já investidos em 2019.

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Apesar do ChatGPT estar envolvido com a Microsoft e outros empresários como Elon Musk, fundador da Tesla e atual CEO do Twitter, algumas pessoas se mostram céticas com o avanço da tecnologia. Muitos especialistas indicam que o chatbot pode abalar de maneira radical várias atividades do cotidiano, incluindo a educação, o mundo do trabalho e obviamente, as pesquisas pela internet.

Por outro lado, embora o ChatGPT tenha se mostrado alfabetizado e analítico nas respostas do teste realizado, Terwiesch apontou algumas falhas do chatbot em seu artigo. Segundo ele, as habilidades numéricas da ferramenta se mostraram bem limitadas – o professor não testou o chatbot em relação às outras áreas de MBA, como marketing, finanças, contabilidade e outras disciplinas.

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“Fiquei impressionado com a beleza do texto – conciso, escolha de palavras, estrutura. Foi absolutamente brilhante”, afirmou Terwiesch. “Mas a matemática é bem horrível. A linguagem e a intuição estão certas, mas mesmo a matemática relativamente simples do ensino médio ficou bastante errada”, completou.

Em resposta ao Financial Times, a equipe do ChatGPT procurou demonstrar tranquilidade e garantiu que seria muito “improvável” o chatbot desbancar o MBA, destacando que a ferramenta não possui algumas capacidades que o curso tem o poder de desenvolver.

“Embora a IA e o aprendizado de máquina possam automatizar certas tarefas e torná-las mais eficientes, elas ainda não têm a capacidade de replicar totalmente as complexas habilidades de tomada de decisão e pensamento crítico produzidas por meio de programas de MBA”, afirmou o ChatGPT. “Além disso, os programas de MBA oferecem oportunidades de networking e acesso a profissionais do setor que não podem ser replicados pela tecnologia”, complementou.

Informações via Financial Times

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