Doença de difícil diagnóstico, a fibromialgia já é considerada por alguns especialistas como a principal causadora de dores crônicas entre os brasileiros. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, ela se caracteriza por dor muscular generalizada e de longa duração, sem apresentar evidência de inflamação local. 

A medicina ainda não compreende o motivo do desenvolvimento do quadro, principalmente o fato dele afetar em grande maioria as mulheres. O que se tem certeza, contudo, é que ela provoca graves interferências na qualidade de vida, com prejuízo ao sono, muito cansaço e alto potencial para levar a depressão e ansiedade. 

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O tratamento alternativo com cannabis 

De tratamento complexo, o recurso terapêutico comumente indicado para fibromialgia é a utilização de analgésicos potentes à base de opiáceos. Esses fármacos causam dependência química, física e efeitos adversos ao fígado e ao intestino, onde são metabolizadas essas substâncias. Além disso, alterações mentais — como pesadelos, confusão e alucinações —, náuseas e tontura também costumam ser relatadas entre os pacientes. 

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Uma alternativa que surge para quem sofre com a doença é o tratamento com canabinoides, substâncias naturais extraídas da planta cannabis sativa. Há muito se sabe dos benefícios do CBD — canabidiol, um dos componentes da planta, para tratamentos de dores crônicas, mas estudos mais recentes e casos clínicos comprovam que outro fitocanabinoide, o THC (tetrahidrocanabinol), tem se mostrado mais eficaz para este tipo de patologia. 

Crédito: Africa Studio/Shutterstock

O THC possui os mesmos efeitos analgésicos (ou até melhores do que os opiáceos), sem os danos relacionados. 

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“Ainda existe uma certa resistência da utilização do THC, mas é preciso disseminar informações corretas sobre esse composto valioso, que quando administrado nas doses certas, promove uma série de benefícios à saúde. Para a fibromialgia, por exemplo, os produtos full spectrum (ou seja, produtos produzidos por uma forma de extração que preserva todos os compostos da planta como fitocanabinoides, terpenos, flavonoides, entre outros fitoquímicos) possuem forte efeito analgésico, tornando-se importantes no tratamento de dores crônicas e neuropáticas”, afirma a Dra. Mariana Maciel, especialista em medicina canabinoide e fundadora da Thronus Medical. 

Ela explica ainda que a interação de fitocanabinoides com o corpo humano se dá naturalmente. “Nossos receptores e sistemas reguladores, espalhados desde o sistema nervoso central até diversos outros órgãos, são ativados pelos canabinoides e geram respostas fisiológicas que atenuam a dor crônica, proporcionando mais qualidade de vida ao paciente, que é o mais importante nesses casos clínicos”, completa. 

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A médica ressalta, no entanto, que os produtos à base de cannabis só devem ser usados sob prescrição. “Dosagens e demais orientações precisam ser determinadas pelo médico prescritor, responsável por manter um acompanhamento contínuo”, alerta. A especialista acrescenta também que, assim como acontece com os alopáticos, o uso dos produtos traz alívio, mas não se trata de uma cura. 

Não se tratando de uma condição fatal, a fibromialgia ainda demanda pesquisas para ser mais bem compreendida. 

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