A casa inteligente é uma promessa antiga da indústria de tecnologia. Agora o Matter pode mudar isso. No Brasil, a casa inteligente esbarra nos preços dos produtos e na pouca cultura de automação das nossas residências. Em países como os Estados Unidos, os preços são mais baixos e já existe há bastante tempo o costume de automatizar as casas – o hábito surgiu de necessidades, como por exemplo, aquecer a casa e mantê-la com temperatura estável durante o frio. Mas, mesmo por lá, as casas inteligentes enfrentam obstáculos. Um dos principais é verdadeira bagunça que se formou com diferentes tipo de protocolo para controlar os eletrodoméstico. Cada fabricante tem o seu, e eles não conversam entre si. Se você comprar, por exemplo, uma lâmpada inteligente e quiser controlá-la com seu smartphone, vai ter primeiro de conferir se ela é compatível com o iOS ou com o Android. E se você quiser usar a Alexa da Amazon (que é infinitamente melhor que a Siri da Apple), vai ter que conferir se o produto é compatível com os dois sistemas – além das dificuldades que Apple e Google criam em seus sistemas operacionais para acessar os comandos da Alexa, é claro…

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Agora, o bom senso parece começar a prevalecer sob a forma de um novo protocolo que promete tornar todos os esses aparelhos compatíveis. Ele responde pelo nome de Matter. É como se uma linguagem comum, que é capaz de ser entendida por todos os aparelhos (e pelo principais sistemas operacionais: iOS e Android) estivesse finalmente chegando. Os aparelhos compatíveis com o protocolo Matter começam a chegar ao mercado dos Estados Unidos e, em breve, devem começar a desembarcar também no Brasil.

O que o Matter significa?

  • Todos os produtos compatíveis com o Matter seguem o mesmo protocolo de comunicação
  • Todos esses produtos poderão ser “entendidos” tanto por iOS e Android, mas também por sistemas operacionais de outras marcas, como o Tizen, da Samsung, o WebOS da LG, além dos sistemas Fire da Amazon
  • Ao unir as maiores empresas de tecnologia do planeta, a expectativa é que o Matter se transforme no protocolo universal para conexão de eletrodomésticos
  • Como resultado, aplicativos como o Apple Home ou o Google Home (que já estão presentes em todos os smartphones) vão poder, finalmente, controlar todos os equipamentos da sua casa: da geladeira ao cortador de grama

Acesso mais fácil pode significar preços mais baixos

O preço alto sempre esteve no caminho dos eletrodomésticos inteligentes. O problema pode ser um pouco menos dramático em países ricos do que no Brasil, por exemplo, mas, também por lá, as etiquetas trazem valores mais altos para os aparelhos inteligentes. Uma das expectativas em torno do Matter é que – com mais facilidade de uso -, os consumidores percebam mais claramente as vantagens de uma casa conectada e inteligente e, com isso, deem mais valor as esses aparelhos, dinamizando o mercado. A consequência natural de mais vendas, seria mais escala e, com ela, preços menores.

Ainda que esse objetivo de queda de preços seja um horizonte ainda meio distante, o fato de que vai ficar muito mais fácil juntar e controlar todos os seus eletrodomésticos num só aplicativo da sua preferência, pode sim, ser o impulso que faltava para que os consumidores invistam mais na automação de suas residências. Afinal, hoje, querer usar lâmpadas inteligentes, porteiro eletrônico, tomadas, geladeiras e outros eletrodomésticos inteligentes significa, quase sempre, perder horas e horas na configuração e, no final, ainda ter que lidar com diferentes aplicativos que trazem graus variados de usabilidade e de eficiência. A esperança é que o novo protocolo Matter mude esse cenário.