O planeta já passou por uma série de eventos de extinção em massa. No entanto, pesquisadores acreditam que a que aconteceu no Permiano, há 250 milhões de anos atrás, provavelmente foi a pior entre todas elas. E agora, cinzas de vulcão podem mostrar como ela aconteceu.

A partir de uma análise de isótopos de mercúrio, uma pesquisa recentemente publicada na revista Nature Communications, apontou que até mesmo lugares distantes, como o Hemisfério Sul, foram cobertos por detritos de erupções que aconteceram na Sibéria.

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O evento também chamado como Grande Morte resultou no fim de 90% das espécies marinhas existentes no planeta e 70% dos vertebrados que viviam na terra. O pouco que se sabe é que nesse período o planeta passou por um grande aquecimento global, e que poderia estar relacionado a atividades vulcânicas. No entanto não se sabia como isso desenrolou 

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Zinco, Níquel e Mercúrio de extinção massa

A análise de vestígios químicos indicava que diversas erupções vulcânicas resultaram em uma mudança climática na atmosfera e nos oceanos da Terra. Elementos como o zinco e o níquel eram associados a alteração química do oceano e a perda de vida marinha. Mas eles são reciclados nos processos que acontecem na Terra, diferente dos isótopos de mercúrio. O que ajuda a compreender como aconteceram as atividades vulcânicas.

Além disso, as pesquisas sobre a Grande Morte se concentravam no Hemisfério Norte, sem levar em consideração o que o vulcanismo desencadeou no Sul. Agora evidências indicam que a extinção não aconteceu em um único evento, mas sim diversos episódios que levaram 100 mil anos para acontecer.

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Na época da extinção em massa do Permiano todos os continentes ainda estavam juntos no que chamamos de Pangeia. Nesse período a baía de Karoo, na África do Sul, e a baía de Sydney, na Austrália, ainda estavam ligadas e nelas foram encontrados isótopos de mercúrio que datam de quando aconteceu a Grande Morte.

Essa descoberta ajuda a sustentar a ideia de que os vulcões que explodiram na Sibéria, nesse período, varreram todo o globo. “Conhecendo a idade desses depósitos, podemos vincular de forma mais definitiva o momento da extinção a esta erupção massiva na Sibéria” aponta Tracy Frank, geóloga e uma das autoras do estudo, em resposta a ScienceAlert 

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Outras análises

O trabalho realizado pelos pesquisadores combinou outras análises como o sinais de enxofre no período e pesquisas anteriores que apontam que levam cerca de 600 mil anos para as extinções em massa começarem a acontecer em ambientes marinhos depois do início delas em terra.

Isso sugere que o evento em si não foi apenas um grande golpe que aconteceu instantaneamente. Não foi apenas um dia muito ruim na Terra, por assim dizer, levou algum tempo para construir e isso alimenta os novos resultados porque sugere que o vulcanismo foi a causa raiz

Christopher Fielding, geólogo da Universidade de Connecticut

No entanto, segundo os pesquisadores, mesmo com essas evidências, ainda é difícil descobrir o que acarretou a Grande Morte e como ela aconteceu.

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