O nosso planeta já passou por cinco extinções em massa, talvez a mais conhecida seja a dos dinossauros. Entretanto, acreditava-se que a primeira delas havia ocorrido há 440 milhões de anos, entre os período Ordoviciano-Siluriano. Agora, cientistas descobriram novas evidências que indicam uma ocorrência anterior a essa, a 550 milhões de anos atrás, no período Ediacarano.

O período Ediacarano é o último estágio da era Pré-Cambriana. Época anterior ao surgimento da vida multicelular e dos animais antepassados aos que conhecemos hoje, na era Cambriana. As novas evidências indicam que a primeira extinção em massa surgiu nesse período. 

Os animais que existiam naquela época eram muito parecidos com folhas de plantas fixas ao solo subaquático e alguns com formato de conchas, a maior parte deles possuíam corpo mole. Essas características dificultam a fossilização, tornando raro o encontro de fósseis desses seres vivos. O paleontólogo Tech Scott Evans e seus colegas reuniram dados sobre esses achados para traçar a existência desses animais e desenvolverem o estudo.

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A primeira extinção em massa

Durante a passagem entre Avalon (575 a 560 milhões de anos atrás), primeiro estágio do Ediacarano, e Mar Branco (560 a 550 milhões de anos atrás) foram observadas mudanças na alimentação, tamanho, hábito de vida e nível ecológico dos animais. Entretanto, entre os períodos Mar Branco e Namíbia (550 a 539 milhões de anos atrás) esses grupos de animais simplesmente deixaram de existir.  

A drástica mudança de biodiversidade entre os estágios já era observada, mas acreditava-se que isso estava relacionado à falha de preservação dos vestígios desses animais. Ainda sim, se a mudança da biodiversidade partisse da evolução das espécies antigas para as novas, seriam encontrados indícios de sobreposição sobre elas. “O declínio na diversidade entre esses conjuntos é indicativo de um evento de extinção, com a porcentagem de gêneros perdidos comparável à experimentada por invertebrados marinhos durante as ‘Big 5’ extinções em massa”, aponta Evans e seus colegas no artigo.

Na Namíbia apenas 14 dos 70 gêneros existentes no estágio anterior foram observadas. Os sobreviventes foram organismos maiores, que ocupavam uma maior área de superfície em proporção ao volume. Isso pode indicar que esses animais adaptaram-se para viver em condições de menor oxigenação dos oceanos. 

Evidências geoquímicas também contribuem para a confirmação da extinção em massa apontada no estudo de Evans. Uma pesquisa de 2018 observou anoxia oceânica, eventos passados da terra onde partes do oceano tornava-se pobre em oxigênio, em 20% do fundo do mar no final do período Ediacarano

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