Em um cenário considerado desafiador, as entrevistas da International Data Corporation (IDC) com executivos do ramo de devices (dispositivos) indicam visões otimistas e pessimistas para o mercado brasileiro em 2023. E os smartphones encabeçam a lista dos itens mais vendidos.

Empresa especializada em projeções de mercado de dispositivos apresenta um panorama otimista – e pessimista – para as vendas no Brasil em 2023 (Imagem: Studio KIWI/Shutterstock)

Resumo:

  • Setor de devices deve gerar mais de R$110 bilhões em 2023 (alta de 44% em relação a 2022);
  • Smartphones responderão por 63% desse total (quase R$67 bilhões);
  • Vestíveis representam a maior alta (10%, com uma receita de R$4,5 bilhões);
  • Computadores devem sofrer queda de 5,4% (receita de R$29,9 bilhões);
  • Vendas de tablets devem recuar 15% (faturamento de R$2,4 bilhões);
  • Mercado deve se adaptar ao novo governo no primeiro semestre;
  • Recuperação econômica prevista para o segundo trimestre;
  • Vendas físicas devem superar as comercializações online.

De acordo com a mais recente pesquisa divulgada pela especialista em inteligência de mercado, serviços de consultoria e eventos para os mercados de Tecnologia da Informação, o setor deve gerar US$ 21,5 bilhões (aproximadamente R$ 110,8 bilhões, na cotação atual) – o que representa alta de 44% em comparação a 2022.

Segundo as projeções, os smartphones devem responder por 63% desse total, ou seja, US$ 13 bilhões (o que corresponde a quase R$ 67 bilhões), um aumento de 6% na comparação com 2021.

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A maior alta em dispositivos, de acordo com a IDC, será nos vestíveis: 10%, com uma receita de US$ 882 milhões (R$ 4,5 bilhões). Por outro lado, os computadores devem sofrer queda de 5,4%, gerando uma receita de US$ 5,8 bilhões (algo em torno de R$ 29,9 bilhões, em uma conversão direta). Já as vendas de tablets devem recuar 15% este ano, em um faturamento de US$ 464 milhões (R$ 2,4 bilhões).

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Reinaldo Sakis, diretor de consumer devices (dispositivos de consumo) na IDC América Latina, a dinâmica de mercado deve mudar em 2023, tendo em vista que o temor da falta de insumos não deve afetar a disponibilidade de produtos neste ano, como aconteceu em 2020, 2021 e 2022.

A expectativa, segundo Sakis, é que o primeiro semestre no mercado de dispositivos seja de adaptação ao novo governo. Ele acredita que o segundo trimestre deva começar com a recuperação econômica, havendo, por consequência, o crescimento no consumo das famílias brasileiras.

Segundo a agência de notícias Reuters, o executivo destaca, ainda, as influências externas que afetam o setor, como as inflações nos EUA e Europa, bem como os riscos à economia e à cadeia de produção na China.

Sakis também apresentou uma previsão sobre o mercado varejista de dispositivos em geral para 2023. Nesse quadro, estima-se que o varejo físico deve recuperar o espaço perdido para o online, seguindo uma tendência que já começou em 2022. 

Em especial pela flexibilidade na negociação de vendas e crédito, o varejo físico, segundo as perspectivas, deve representar US$ 10 bilhões (ou cerca de R$ 50 bilhões) das vendas de devices.

Por outro lado, o varejo online deve concentrar suas vendas em pequenos valores e responder por US$5 bilhões (R$ 25 bilhões) dos devices em 2023. Isso representa uma queda de um a dois pontos percentuais comparado a 2022. 

Sendo assim, a IDC aposta que o varejo online não representa mais a maior fatia de vendas de alto valor em devices, como os handsets premium e high-end.

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