Nova estratégia pode descobrir mais planetas alienígenas

A técnica usa a ciência cidadã para fornecer dados para o algoritmo identificar exoplanetas em dados de satélite
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 06/02/2023 21h00, atualizada em 06/02/2023 21h41
Imagem: Ilustração de exoplaneta de pedra com lua no fundo
Imagem: Ilustração de exoplaneta de pedra com lua no fundo. Créditos: Jurik Peter/Shutterstock
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Milhares de exoplanetas ainda podem ser descobertos pela humanidade, mas alguns deles são extremamente complicados de serem encontrados. Para isso, pesquisadores sugeriram combinar máquinas e a ciência cidadã para trabalharem juntas.

À medida que os dados acerca da observação do espaço cresce, fica cada vez mais difícil deles serem analisados por equipes pequenas de pesquisadores. Para isso geralmente se recorre a complexos algoritmos e aprendizado de máquina, no entanto eles não podem substituir a habilidade humana de facilmente reconhecer padrões. 

Mas combinar as habilidade da máquina e do cérebro humano para suprir os defeitos de cada um, pode ser a chave para esse problema. 

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Ciência cidadã e algoritmo

A ciência cidadã é uma ciência que usa a participação de milhares de cidadãos para gerar e analisar grandes quantidades de dados e outras coisas. Os cientistas combinaram ela a dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite ( TESS ) da NASA.

Um algoritmo de aprendizado de máquina foi utilizado a fim de usar as informações dos cientistas cidadãos para identificar exoplanetas a partir dos dados do satélite.

O algoritmo usado é conhecido como rede neural convolucional. Ele usa imagens e informações identificadas corretamente pelos humanos, dados de treinamento, e aprende como fazer o mesmo com recursos importantes em dados que ele nunca viu antes.

No entanto, para conseguir uma boa identificação de exoplanetas é necessário muitos dados de treinamento, o que os pesquisadores conseguiram graças a utilização da ciência cidadã. Cidadãos de todo mundo ajudaram pesquisando e identificando trânsito de exoplanetas através do Planet Hunters TESS no Zooniverse.

A tarefa de encontrar exoplanetas é muito complicada, o método utilizado por satélite, como o TESS, é o de trânsito, que avalia quedas de luz regulares de estrelas que representam a passagem de um objeto entre os sóis e observadores. Mas os planetas são pontos minúsculos quando comparados com as gigantes eles orbitam.

Mas esses satélites geralmente não são tão estáveis, assim como as estrelas não brilham perfeitamente sempre, o que dificulta a observação do trânsito dos exoplanetas. Além disso, alguns planetas demoram mais tempo para completar uma órbita e o período de queda de luz não é visto pela janela de observação do Tess.

Com a ciência cidadã, somos particularmente bons em identificar planetas de longo período, que são os planetas que tendem a ser perdidos por buscas automatizadas de trânsito

Nora Eisner, coautora da pesquisa, em resposta ao Space.com.

Os pesquisadores acreditam que a técnica de combinar algoritmos de aprendizado de máquina com ciência cidadã pode ser muito útil e ir além de encontrar exoplanetas.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.