Um livro de 2000 anos atrás que contava sobre os sucessores de Alexandre, o Grande foi parcialmente destruído durante a erupção do Vesúvio, em 79 d.C. Agora, uma inteligência artificial está tentando decifrar o que estava escrito.

O estudo foi apresentado em uma reunião conjunta do Instituto Arqueológico da América e da Sociedade de Estudos Clássicos no último mês. Para ver o que está escrito, os pesquisadores estão usando um dos braços da inteligência artificial, o aprendizado de máquina, para ler a tinta no papiro enrolado e carbonizado.

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Conteúdo do livro

Segundo Richard Janko, um dos autores do estudo, nas poucas partes do texto danificado que podem ser lidas atualmente, “contém os nomes de várias dinastias macedônias e generais de Alexandre”, além de várias menções ao próprio imperador.

O texto também menciona sobre as governanças no império desfeito que aconteceram após a morte de Alexandre. O general Seleuco, passou a governar o território no Oriente Médio, e Cassandro, a Grécia.

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Os registros carbonizados foram encontrados na Vila dos Papiros em Herculano, uma cidade vizinha de Pompeia, que também foi destruída pelo Vesúvio. Muitos outros textos já haviam sido descobertos no mesmo local, muitos deles escritos pelo filósofo Filodemo.

Séculos depois, o papiro carbonizado foi passado para Napoleão Bonaparte, em 1804. Ele o deu ao Institut de France em Paris, onde ainda se encontra atualmente. Na tentativa de um estudo sobre o texto, em 1986, ele foi ainda mais danificado ao desenrolá-lo. 

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Leitura dos textos

Para que a inteligência artificial possa ler o papiro, foi feita uma tomografia computadorizada nos restos carbonizados. A partir disso, os pesquisadores treinaram um computador para detectar marcas de tinta no livro.

Eles têm escrita visível, então podemos combinar os locais de tinta com o local exato para procurar essa tinta no tomografia computadorizada.

Brent Seales, líder do estudo, em resposta ao LiveScience

Os pesquisadores também destacaram que a cada análise feita pela IA, mais detalhes sobre o fragmento podem ser lidos.

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Mistérios em torno dos registros

Muitos mistérios ainda rondam o texto, como seu autor e o motivo dele estar na vila. Janko acredita que uma das teorias que possa responder a uma dessas perguntas, é que o pergaminho foi emprestado e nunca devolvido. 
A possibilidade é de que Filodemo tenha usado o livro para escrever a obra Sobre o bom rei segundo Homero, um texto onde ele compara governantes pré e pós Alexandre, o Grande, lançando um olhar negativo sobre os que vieram depois.

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