Um flagra incrível feito no mês passado pela sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), mostra o planeta Mercúrio cruzando a face do Sol. Após serem processadas, imagens divulgadas esta semana exibem o evento sob o ponto de vista de três instrumentos da espaçonave.

O trânsito foi registrado pelo Polarimetric and Helioseismic Imager (PHI), o Extreme Ultraviolet Imager (EUI) e o Spectral Imaging of the Coronal Environment (SPICE).

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Mercúrio é visto como um pequeno ponto preto passando em direção ao fundo do disco solar nesta sequência de imagens capturadas pelo PHI da sonda Solar Orbiter. Créditos: ESA & NASA/Solar Orbiter/PHI Team

Na imagem PHI, Mercúrio aparece como um disco preto no lado inferior direito do alaranjado Sol, sendo bem distinto das manchas solares escuras visíveis no topo da estrela.

Já no registro feito pelo instrumento EUI, Mercúrio surge “correndo” por de trás do Sol, e um fluxo de vento solar serve de pano de fundo para sua rápida passagem.

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Nessa ocasião, SPICE pode ter tido sua visão mais reveladora do Sol. Esse instrumento é projetado para dividir a luz da estrela em cores constituintes e, ao fazer isso, pode identificar átomos nas diferentes camadas da estrela à medida que existem em diferentes temperaturas.

Não é apenas olhar para Mercúrio passando na frente do Sol, mas passando na frente das diferentes camadas da atmosfera solar

Miho Janvier, físico espacial do Institut d’Astrophysique Spatiale, na França, e vice-cientista do projeto SPICE, em comunicado da ESA

Para a sonda Solar Orbiter, o trânsito de Mercúrio ofereceu uma chance valiosa de calibrar seus instrumentos.

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“É um objeto preto certificado viajando através do seu campo de visão”, disse o cientista do Projeto Solar Orbiter da ESA, Daniel Müller, no comunicado. “Isso significa que qualquer brilho registrado pelo instrumento dentro do disco de Mercúrio à medida que transita deve ser causado pela maneira como o instrumento transmite a luz, uma quantidade chamada função de propagação pontual”.

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Quanto mais precisamente a função de propagação pontual for conhecida, melhor ela poderá ser explicada pelos astrônomos e removida dos dados. Isso significa que, ao estudar esse trânsito, a qualidade dos dados da Solar Orbiter pode ser melhorada.

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