Arqueólogos encontraram um pente esculpido em um pedaço de crânio humano em Bar Hill, uma vila em Cambridgeshire, Inglaterra, durante uma escavação de três anos que terminou em 2018.

Contendo uma dúzia de dentes, o artefato, que data da Idade do Ferro (750 AEC a 43 EC) e mede aproximadamente cinco centímetros de comprimento, é um dos 280 mil itens do Museu de Arqueologia de Londres (MOLA) que vêm sendo examinados por pesquisadores.

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Pente feito de crânio humano sendo analisado por um pesquisador. Crédito: Museu de Arqueologia de Londres (MOLA)

Segundo as análises, os dentes do pente têm evidências de desgaste e uma perfuração no topo, que sugere que o objeto pode ter sido usado como um amuleto e não como um utensílio para pentear o cabelo.

O item oferece um vislumbre de como as pessoas da época podem ter tido diferentes usos para restos humanos – e nesses propósitos podem ter rituais inclusos.

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O pente de Bar Hill pode ter sido um objeto altamente simbólico e poderoso para os membros da comunidade local

Michael Marshall, especialista em achados pré-históricos e romanos do MOLA

Líder do projeto, Marshall disse, em comunicado, que “é possível que [o pente] tenha sido esculpido no crânio de um importante membro da sociedade da Idade do Ferro, cuja presença foi de alguma forma preservada e celebrada através de seus ossos”.

Ilustração simula como o pente pode ter parecido no passado. Imagem: Museu de Arqueologia de Londres (MOLA)

Esta não é a primeira vez que um artefato retrabalhado a partir de restos humanos foi descoberto na região. Escavações anteriores revelaram ferramentas que foram criadas a partir de ossos de pernas e braços e usadas para limpar peles de animais.

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Dois pedaços semelhantes de crânio humano reaproveitado de Cambridgeshire também se parecem com pentes. Um, com dentes esculpidos, foi desenterrado na década de 1970, e o outro, com apenas linhas talhadas, foi encontrado no início dos anos 2000. 

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“É possível que este achado fascinante represente uma tradição realizada por comunidades da Idade do Ferro que vivem exclusivamente nesta área de Cambridgeshire”, disse Marshall. “Ser capaz de ver tais influências hiper-locais em grupos de pessoas que vivem há mais de 2.000 anos é verdadeiramente surpreendente”.

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