Em meio a pressão crescente dos EUA para o banimento do TikTok no país, o CEO da rede social, Shou Zi Chew, já está com seu depoimento pronto para defender a plataforma na quinta-feira (23) perante o Comitê de Comércio e Energia da Câmara.

Segundo informações da Bloomberg, que teve acesso ao “roteiro” do que o diretor planeja falar, ele dirá que o aplicativo nunca compartilhou ou compartilhará dados de usuários dos EUA, e ainda pontuará que a mídia é mais segura que muitas outras. 

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O que está acontecendo? 

  • O TikTok enfrenta escrutínio nos EUA e na UE (União Europeia) por autoridades acreditarem que o processo de coleta de dados da plataforma pode trazer riscos à segurança nacional, além de entregar informações privilegiadas ao governo chinês; 
  • Diversos países, como Reino Unido, Bélgica, EUA e Nova Zelândia, já determinaram a exclusão do app de dispositivos ligados ao governo; 
  • Senadores dos EUA lançaram ainda um projeto de lei que bane definitivamente a rede social do país. Inclusive, a proposta já teve apoio do presidente Joe Biden; 
  • Na movimentação mais recente, o governo estadunidense deu uma única opção para a não proibição da plataforma nos EUA: a ByteDance vender o TikTok. Obviamente, o CEO do aplicativo discorda. 

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Chew acrescentará ainda que “o TikTok não honraria tal pedido [de compartilhamento de dados com o governo chinês] se ele fosse feito”. “Deixe-me afirmar isso de forma inequívoca: a ByteDance não é um agente da China ou de qualquer outro país”, dirá Chew ao comitê. 

O TikTok revelou em outra ocasião que já gastou mais de US$ 1,5 bilhão em rigorosos esforços de segurança de dados para alcançar as expectativas do Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos (CFIUS), poderoso órgão de segurança nacional.  

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Apelo do CEO do TikTok no aplicativo
CEO do TikTok postou apelo a usuários em defesa do aplicativo (Imagem: Reprodução/TikTok)

Para atender as demandas dos EUA (e abrandar os receios), a plataforma formou uma subsidiária, a TikTok US Data Security (USDS), e contratou a Oracle para armazenar os dados de usuários dos EUA. Com quase 1.500 funcionários, o braço de segurança especial funciona desde o ano passado em tempo integral. 

“Todos os dados dos EUA estarão sob a proteção da lei dos EUA e sob o controle da equipe de segurança liderada pelos EUA. Sob essa estrutura, não há como o governo chinês acessá-los ou obrigar o acesso a isso”, explica Chew no texto do depoimento. 

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“As proibições só são apropriadas quando não há alternativas. Mas temos uma alternativa.” 

Entre outros pontos que serão justificados pelo CEO estão: 

  • Sobre a venda do TikTok: a ByteDance é propriedade de investidores institucionais globais — 20% dela é justamente de americanos; 
  • Dados de usuários americanos já estão sendo excluídos de data centers na Virginia e Cingapura, usados pela plataforma, e sendo redirecionados para a equipe da Oracle; 
  • A média de idade dos usuários da rede social são de fase adulta; 
  • As versões atuais do aplicativo não coletam informações de GPS precisas ou aproximadas de usuários dos EUA. 

TikTok tem 150 milhões de usuários ativos nos EUA 

Em seus esforços para convencer os EUA do não banimento, recentemente a plataforma divulgou a quantidade de usuários da rede social apenas nos EUA: 150 milhões — uma forma de apontar para a quantidade de pessoas que serão prejudicadas com o banimento da plataforma. 

Esta semana, apostando em todos os seus recursos, o presidente da mídia também publicou um vídeo para avisar sobre o risco da rede social acabar banida dos EUA. Num vídeo de um minuto, publicado na conta oficial do TikTok, Chew fez um apelo para reunir depoimentos de usuários para defender o aplicativo. 

Com informações da Bloomberg e Reuters

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