Impressionantes pinturas do zodíaco que decoram o telhado e as paredes do Templo de Esna, de 2.200 anos, no sul do Egito, foram reveladas por um projeto de restauração que tem por objetivo limpar dois milênios de sujeira, fuligem e fezes de aves.

Além dos símbolos dos signos, outras imagens restauradas incluem representações dos planetas Júpiter, Saturno e Marte, bem como estrelas e constelações usadas pelos antigos egípcios para ajudar a medir o tempo, relataram os pesquisadores em um comunicado.

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Imagem de um centauro com cauda de escorpião apontando um arco e flecha, simbolizando o signo zodiacal Sagitário. Crédito: Ahmed Emam/Ministério do Turismo e Antiguidades

Também foram tratadas imagens de cobras, crocodilos e criaturas híbridas, como uma cobra com cabeça de carneiro.

Tudo isso já era de conhecimento da equipe, que é apoiada pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, mas a limpeza e a conservação permitiram observar as obras com mais detalhes. O trabalho de restauração também revelou inscrições anteriormente desconhecidas, segundo um dos líderes do projeto, Christian Leitz, professor de egiptologia da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

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“O zodíaco em si é parte da astronomia babilônica e não aparece no Egito até os tempos ptolomaicos”, disse Leitz ao site Live Science, explicando que os Ptolomeus eram uma dinastia de governantes descendentes de um dos generais de Alexandre, o Grande, que governou o país entre 304 a.C. e 30 a.C. 

Representação de um escorpião com garras na frente, oito pernas e um ferrão afiado no final da cauda, símbolo do signo escorpião. Crédito: Ahmed Emam/Ministério do Turismo e Antiguidades

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Para o pesquisador, podem ter sido os antigos gregos que introduziram o zodíaco no Egito, onde tornou-se popular com o passar do tempo.

Imagens de animais híbridos foram reveladas com mais detalhes pelo projeto de restauração. Aqui vemos uma criatura parecida com um pássaro com quatro asas, uma cabeça de cachorro e uma cobra como cauda. Há também duas serpentes aladas voando. Crédito: Ahmed Emam/Ministério do Turismo e Antiguidades

“O zodíaco era usado para decorar túmulos privados e sarcófagos e foi de grande importância em textos astrológicos, como horóscopos encontrados inscritos em fragmentos de cerâmica”, disse outro integrante do projeto, Daniel von Recklinghausen, pesquisador da Universidade de Tübingen. 

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O Templo de Esna fica a 60 quilômetros ao sul de Luxor (antiga Tebas), e é dedicado à divindade egípcia Khnum, associada à fertilidade e à água. Os arqueólogos que trabalham na conservação do templo já encontraram, em outra etapa do projeto, mais de 40 imagens de deusas egípcias no local, incluindo Khnum. 

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