O Telescópio Espacial James Webb descobriu um novo exoplaneta na Via Láctea, um Júpiter quente. No entanto, a composição atmosférica do gigante gasoso é muito diferente do que é encontrada no nosso sistema solar, além dele ser muito mais quente.

O planeta  HD149026b, também chamado de Smertrios, está localizado a cerca de 257 anos-luz de distância da Terra e as observações do Webb revelaram que ele é rico em elementos pesados,  ou seja, outros elementos além do hidrogênio e o hélio. No caso desse exoplaneta, sua atmosfera é composta por grande quantidade de carbono e oxigênio.

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Rico em elementos pesados

A descoberta vai na contramão do que é observado aqui no sistema solar. Júpiter, Saturno, Urano e Netuno respeitam uma relação entre massividade e a concentração de elementos pesados. Quanto maior a massa menor a taxa de elementos pesados no planeta.

Atmosferas mais diversas de gigantes gasosos já haviam sido observadas pelos astrônomos em outros exoplanetas, mas em Smertrios é completamente diferente.

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[O planeta tem] a massa de Saturno, mas sua atmosfera parece ter até 27 vezes a quantidade de elementos pesados ​​em relação ao seu hidrogênio e hélio que encontramos em Saturno

Jonathan Lunine, coautor da descoberta em resposta a Space.com

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Altas temperaturas

Além disso, da sua estranha concentração de elementos pesados, o HD149026b também é conhecido como Júpiter quente. A temperatura média da atmosfera do planeta é de 1425 graus Celsius, 3 vezes mais que Vênus, o planeta mais quente do nosso sistema solar.

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Essas altas temperaturas do exoplaneta são explicadas porque ele é muito próximo da sua estrela, tão curta que um ano lá dura apenas 3 dias terrestres. Mas essa proximidade do Smertrios com seu sol não justifica ele ser rico em elementos pesados.

Parece que cada planeta gigante é diferente, e estamos começando a ver essas diferenças graças ao JWST. Neste artigo, determinamos quantas moléculas existem em relação ao componente primário do gás, que é o hidrogênio, o elemento mais comum no universo. Isso nos diz muito sobre como este planeta se formou.

Jonathan Lunine

Analisando a química da estrela-mãe do planeta e sua formação há milhões ou bilhões de anos, os astrônomos acreditam que provavelmente o disco protoplanetário que originou o Júpiter quente possuía muito mais carbono comparado ao oxigênio, do que o encontro no início do nosso sistema solar.

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Agora, os pesquisadores pretendem continuar estudando Júpiter quentes até que possam descobrir mais informações sobre essas diversas composições atmosféricas deles.

A origem dessa diversidade é um mistério fundamental em nossa compreensão da formação do planeta. Nossa esperança é que futuras observações atmosféricas de planetas extra-solares com JWST quantifiquem melhor essa diversidade e produzam restrições em tendências mais complexas que possam existir. Mostramos definitivamente que as composições atmosféricas de planetas extra-solares gigantes não seguem a mesma tendência que é tão clara nos planetas do sistema solar.

Jonathan Lunine

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