Conforme divulgado pelo Olhar Digital, nesta segunda-feira (3), a partir do meio-dia (horário de Brasília), a NASA vai revelar os nomes dos astronautas da missão Artemis 2, prevista para ser lançada em 2024 com uma tripulação de quatro pessoas em um voo de teste ao redor da Lua. No entanto, desta vez, não haverá pouso em solo lunar. 

Vamos entender o porquê:

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  • Artemis 2 vai repetir o trajeto da missão Artemis 1, que circundou a Lua entre novembro e dezembro de 2022;
  • Alguns sistemas, procedimentos e manobras da cápsula Orion nunca foram testados com seres humanos a bordo;
  • O módulo de pouso da SpaceX ainda não está totalmente pronto e hábil para ser utilizado;
  • A NASA pretende construir uma estação espacial na órbita da Lua para servir de suporte às tripulações;
  • Só depois que esses dois sistemas estiverem completos é que a agência poderá colocar pessoas novamente em solo lunar, após mais de 50 anos desde que estivemos lá pela última vez.
Visão da cápsula Orion quando atingiu sua distância máxima da Terra, a 432.210 km do nosso planeta, chegando mais longe do que qualquer outro veículo espacial construído para transportar humanos já esteve. Imagem: NASA

Segundo o planejamento do Programa Artemis, a NASA vai testar uma ampla gama de novas tecnologias, sistemas e procedimentos durante a missão Artemis 2, assim como fez com a Artemis 1, um voo não tripulado para a órbita lunar que foi lançado em novembro passado. 

Muito disso nunca foi testado em um ambiente de voo espacial real, assim, a agência considerou um voo circunlunar a melhor e mais segura opção para a primeira missão tripulada Artemis.

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Em termos gerais, Artemis 2 será semelhante à missão Artemis 1, utilizando o foguete Space Launch System (SLS) e a espaçonave Orion em uma jornada com destino à e ao redor da Lua. Com uma tripulação a bordo, o voo ajudará a testar os sistemas centrados no ser humano, como suporte de vida, comunicações e controles de voo.

“O perfil exclusivo da missão Artemis 2 se baseará no teste de voo não tripulado Artemis 1, demonstrando uma ampla gama de capacidades do SLS e da Orion necessárias em missões espaciais profundas”, disse Mike Sarafin, gerente do projeto Artemis da NASA, em um comunicado. “Essa missão provará que os sistemas críticos de suporte à vida da Orion estão prontos para sustentar nossos astronautas em missões de longa duração à frente e permitir que a tripulação pratique operações essenciais para o sucesso de Artemis 3″.

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Uma questão, sobretudo, de segurança

De acordo com a agência, os níveis de radiação do ambiente do espaço profundo ao redor da Lua são muito mais intensos do que os encontrados na órbita baixa da Terra, onde fica a Estação Espacial Internacional (ISS). Sendo assim, a NASA precisará coletar dados sobre a capacidade da cápsula Orion de manter os astronautas seguros e saudáveis durante toda a missão.

Além de verificar os sistemas de suporte à vida da tripulação, o voo Artemis 2 será usado para testar o quão bem a Orion pode manobrar no espaço sob controle humano. 

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Sistema de câmeras da cápsula Orion, que vai transportar seres humanos para a Lua por meio do programa Artemis, da NASA. Imagem: NASA

Assim que a espaçonave atingir a órbita elevada da Terra, quase 24 horas após o lançamento, ela vai se separar de seu Estágio de Propulsão Criogênica Interina (ICPS), essencialmente o segundo estágio do SLS.

Uma vez que tenha se separado do ICPS, a tripulação usará os controles e câmeras a bordo da Orion para se alinhar com o propulsor de segundo estágio descartado, a fim de testar as qualidades de manuseio da cápsula e os sistemas relacionados.

Após esse procedimento, a espaçonave usará seu Módulo de Serviço Europeu (ESM) construído pela Airbus para executar a chamada queima de injeção translunar (TLI), uma manobra propulsiva que a colocará em uma rota em direção ao nosso satélite natural.

A cápsula Orion e sua tripulação então viajarão 10.300 quilômetros até o lado oculto da Lua antes de embarcar em uma viagem de retorno de quatro dias à Terra.

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Missão Artemis 2 à Lua depende da SpaceX

Como mencionado acima, Artemis 2 não pousará na Lua porque muitos dos sistemas de hardware e software, manobras e procedimentos envolvidos nas futuras missões lunares planejadas pela NASA nunca foram testados antes. 

Além disso, de acordo com o site Space.com, alguns elementos de hardware que serão necessários para pousar humanos na superfície da Lua ainda não estão concluídos. 

Um exemplo é o foguete reutilizável Starship, da SpaceX, que a NASA selecionou para ser o primeiro módulo lunar tripulado do programa Artemis. O megacomplexo veicular ainda não fez um voo de teste orbital ao redor da Terra. 

Representação artística do módulo de pouso Starship, da SpaceX, chegando à Lua. Imagem: SpaceX

Outro componente fundamental para as futuras missões Artemis será a Gateway, uma estação espacial projetada para servir como apoio em órbita lunar para as tripulações. Nos atuais planos da NASA, a cápsula Orion transportará astronautas até a estação, de onde eles serão transferidos para o módulo de pouso Starship para a jornada até a superfície lunar.

Segundo o planejado pela agência e seus parceiros internacionais envolvidos na estação Gateway, a construção da estrutura em órbita lunar se dará nos próximos dois anos, com a primeira seção – o módulo Habitation and Logistics Outpost (HALO), de fabricação americana – podendo ser lançada já em 2024.

Sem esses principais componentes de hardware – Starship e Gateway – a missão Artemis 2 não tem uma maneira de chegar e sair da superfície lunar. Isso deve acontecer em 2025, por meio da missão Artemis 3 – no entanto, essa previsão é apenas uma estimativa, que depende de uma série de fatores para se confirmar.

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