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Não é segredo que China e EUA vivem há anos uma espécie de guerra tecnológica. O novo capítulo do embate entra as potências envolve uma nova rede de cabos submarinos de fibra ótica.
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Segundo fontes não identificadas ouvidas pela Reuters, empresas chinesas de telecomunicações se uniram para criar um projeto idêntico apoiado pelos Estados Unidos.
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Resumo do caso
- As três principais operadoras da China — China Telecom, China Mobile Limited e China Unicom —, desejam criar uma rede submarina própria mais avançada e de longo alcance.
- A iniciativa chamada EMA (Europe-Middle East-Asia) vai custar US$ 500 milhões (pouco mais de R$ 2,5 bilhões na cotação atual) e, como o nome indica, interligará Ásia, Oriente Médio e Europa.
- O cabo seria fabricado e instalado com a ajuda de subsídios do governo chinês pela HMN Technologies, uma empresa local que já foi da Huawei.
- O projeto concorre diretamente com outro em construção pela americana SubCom LLC, o SeaMeWe-6, que conectará o Sudeste Asiático, Oriente Médio e Europa Ocidental.
- Especialistas em segurança alertam que a iniciativa intensifica o embate entre as nações e pode eventualmente até “quebrar” o ecossistema da internet.
A notícia chega após um extenso relatório divulgado no mês passado pela Reuters. O documento revela que o governo americano barrou vários projetos de cabos submarinos chineses nos últimos anos por preocupação com espionagem.
O que são os cabos submarinos de internet?
- Os cabos submarinos transportam mais de 95% de todo o tráfego da Internet.
- Há décadas, eles pertencem a certos grupos de empresas de telecomunicações e tecnologia.
- As empresas usam recursos para construir redes cada vez maiores, para que os dados possam se mover globalmente em alta velocidade.
- O setor acabou se tornando arma de influência na competição entre Estados Unidos e China.

Vale destacar que consórcio do SeaMeWe-6 incluía originalmente a China Mobile, China Telecom, China Unicom e também a HMN Tech, escolhida para construir o cabo. Entretanto, após pressão do governo americano, o contrato foi oferecido no ano passado para a SubCom.
Em resposta, as três estatais começaram a planejar o EMA e já estão fechando acordos com parceiros estrangeiros, como a francesa Orange SA, a Pakistan Telecommunication Company Ltd (PTCL), a Telecom Egypt e a Zain Saudi Arabia. Segundo a Reuters, outros países da Ásia, África e Oriente Médio também estão sendo abordados para ingressar no consórcio.
A construção de cabos paralelos apoiados por EUA e China também é algo inédito e um sinal precoce de que a infraestrutura global da internet pode se dividir, apontam analistas de segurança. Os países podem ser forçados a escolher entre usar equipamentos aprovados pela China ou EUA, por exemplo, gerando divisões em serviços bancários e sistemas de satélite, disse o pesquisador de defesa Timothy Heath à Reuters.
Parece que estamos caminhando para um caminho onde haverá uma internet liderada pelos Estados Unidos e um ecossistema liderado pela China
Timothy Heath, pesquisador de defesa da RAND Corporation
Por fim, o cabo daria ganhos estratégicos importantes à China. Além de criar uma nova conexão veloz com grande parte do mundo, as operadoras apoiadas pelo governo chinês terão ainda mais alcance e proteção em caso de bloqueios de operar em infraestrutura apoiada pelos EUA no futuro.
Resposta dos EUA
Sem mencionar diretamente a China, um porta-voz do Departamento de Estado americano disse que o país apoia uma internet gratuita, aberta e segura e que os países devem priorizar a segurança e a privacidade “excluindo fornecedores não confiáveis” de redes sem fio, cabos terrestres e submarinos, satélites, serviços em nuvem e data centers.
Por ora, não ficou claro se os EUA vão reagir com uma nova campanha para persuadir empresas a não participar do projeto chinês, que deve estar pronto e funcionando até o fim de 2025.
Imagem principal: Vismar UK/Shutterstock
Via: Reuters
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