Durante a 8ª Conferência de Defesa Planetária em Viena, Áustria, que aconteceu na semana passada, um grupo de cientistas explicou o que poderia acontecer em uma situação hipotética da colisão de algum asteroide com a Terra, como forma de enfatizar a necessidade de sistemas de defesa do planeta.

Leia mais:

publicidade

Situação hipotética

A situação hipotética criada pelo gerente do Near Earth Object (NEO) Program Office da NASA, Paul Chodas, começa em 10 de janeiro de 2023 com a descoberta do 2023 PDC, com magnitude maior que 22,0 e designado como um asteroide potencialmente perigoso (PHA), ou seja ele deve passar pela Terra a uma distância menor que 7,4 milhões de quilômetros.

Analisando a trajetória do objeto, os pesquisadores estimam que sua colisão com a Terra vá acontecer em outubro de 2036, 13 anos para se preparar, mas as decisões já precisam ser tomadas agora. Algumas características do objeto ainda não conhecidas com precisão, como seu tamanho e composição, mas são essenciais para saber como lidar com a situação. Lembrando que isso é apenas uma simulação.

publicidade

Tamanho do asteroide

Para definir o tamanho de um asteroide, os astrônomos observam a luz refletida de volta ao espaço, quanto mais luz, maior ele é. Essa medição também depende da reflexibilidade do objeto. Ou seja, uma rocha espacial grande e escura pode refletir menos que uma pequena e clara.

Outras formas de medir o tamanho do objeto não são possíveis agora, já que ele está muito perto do Sol para usar telescópios infravermelhos e muito longe da Terra para ser usado radares.

publicidade

Dessa forma, os pesquisadores estimaram o tamanho do 2023 PDC entre 220 e 600 metros, mas podendo chegar até 2 quilômetros se sua superfície estiver escura. Se ele for realmente tão grande assim, o método de defesa planetária experimentado na missão DART não seria útil. 

Danos a planeta

A colisão de um asteroide possui três principais perigos: danos ao solo devido à explosão; um tsunami se ele cair na água e efeitos climáticos globais, que podem variar de acordo com o tamanho do asteroide.

publicidade

No caso do 2023 PDC atingir o solo ele pode desencadear diferentes catástrofes dependendo do tamanho que ele possui.

  • Em caso de 300 metros diâmetro, seu choque liberaria 2 mil megatons de energia, 133 mil vezes mais que a bomba de Hiroshima, e suficiente para devastar um continente;
  • Se ele tivesse 600 metros de comprimento, a energia liberada seria 10 vezes maior, cerca de 20 mil megatons e poderia causar danos globais;
  • 1 quilômetro de diâmetro já seria extremamente sombrio e todo planeta seria afetado. A quantidade de energia liberada seria equivalente a 6,6 milhões de vezes a bomba de Hiroshima, cerca de 100 mil megatons;

Essas situações poderiam causar danos a dezenas de milhares a centenas de milhões de pessoas dependendo da área que acontecer. No caso de queda no oceano, um tsunami aconteceria, mas as coisas seriam bem piores para as pessoas se acontecesse no Atlântico.

Portanto, o ponto principal aqui é que há uma gama muito grande de danos potenciais. Se impactar a Terra, pode ser extremamente prejudicial porque as consequências potenciais são muito extremas.

Lorien Wheeler, especialista em Supercomputação Avançada da NASA, em resposta ao Space.com

Apesar de amedrontador, nenhum asteroide ou objeto conhecido pela NASA vai atingir a Terra pelo menos nos próximos 100 anos, mas não significa que não haja nada esperando para ser descoberto que possa colidir com o planeta e exija algum método de defesa planetária.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!