O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) informou, nesta segunda-feira (10), que enviou notificação ao Nubank para que o banco explique como garante segurança dos seus clientes. A instituição financeira tem 15 dias, após o envio, para responder os questionamentos.

Instituto enviou o documento ao banco na quinta-feira (06), após ter acesso a “vários” relatos de pessoas que dizem ter sofrido golpes pelo aplicativo do Nubank.

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Golpes no Nubank

Pessoa usando celular em frente logomarca do Nubank
Reclamações sobre a segurança do Nubank pipocaram em partes da internet recentemente (Imagem: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters)

Diversos relatos pipocaram nas últimas semanas em redes sociais, plataformas de reclamação e na página Consumidor, no site do governo federal, sobre a falta de segurança no aplicativo do banco, segundo o Idec. “Pessoas afirmam que tiveram a conta invadida por uma espécie de programa hacker, empréstimos feitos no nome delas, além de transferências de quantidades elevadas de dinheiro para outras contas”, acrescentou a associação, em nota.

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Ainda segundo o Idec, a principal crítica das vítimas é que o Nubank não possui ou não utiliza um sistema que bloqueie transações que fogem do padrão da conta. Na nota, a associação incluiu o relato de uma vítima cujo pai perdeu R$ 150 mil porque, segundo ela, “o sistema antifraude do Nubank não foi capaz de identificar que havia algo de errado com essas operações”.

Por conta da repercussão dos casos, o Idec agiu e enviou essa notificação ao Nubank para que ele dê mais detalhes sobre o fato, informe por que não foram adotadas medidas preventivas com maior antecedência e de que forma está lidando com as pessoas vítimas dos golpes.

Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), em nota

Por fim, a nota da associação aponta que o CDC (Código de Defesa do Consumidor) e decisões de tribunais superiores mostram que é fundamental que o banco garanta a seus clientes a segurança de suas contas bancárias, coibindo golpes e fraudes e, quando não for possível, que assuma a responsabilidade e repare os danos causados.

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Outro lado

Fachada do prédio do Nubank
Nubank salientou que casos não ocorreram por falha de segurança do banco (Imagem: Nelson Almeida/AFP)

O banco se pronunciou sobre o assunto por meio de um alerta enviado para o e-mail de seus clientes no início de abril, em que chama a fraude de “golpe do acesso remoto”. Nele, fraudadores conseguem realizar transferências bancárias após o consumidor fazer o download de aplicativos piratas, que permitem o acesso remoto de terceiros ao celular da vítima, conforme explicado pelo comunicado.

Além disso, o Nubank salientou que isso não se trata de falha de segurança do banco. Por fim, recomendou que seus clientes baixassem a versão recém atualizada do aplicativo do banco, que, segundo a instituição financeira, é capaz de prevenir o problema. 

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Em nota sobre o caso ao Valor Econômico, a assessoria de imprensa do Nubank disse:

“No Nubank, a segurança é uma prioridade desde o primeiro dia e cooperamos com as autoridades responsáveis pelo cuidado com o consumidor. Reafirmamos o nosso compromisso com a proteção dos nossos mais de 70 milhões de clientes, mantendo uma vigilância constante sobre a utilização dos nossos serviços, incluindo o desenvolvimento de ferramentas de proteção para ajudar os usuários na prevenção e inibição de golpes.

Com relação a esses crimes, o Nubank mantém equipes especializadas e canais abertos 24 horas para o atendimento às vítimas. Em caso de suspeita de movimentação indevida por terceiros, os clientes devem seguir o passo a passo disponível no SOS Nu, hub de segurança da companhia”.

Com informações do Idec e Valor Econômico

Imagem de destaque: Rafael Henrique / SOPA Images / LightRocket / Getty Images

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