Crise? Lucro da Netflix cai e assinaturas desapontam

Streaming se deu bem com estratégia de restringir compartilhamento de senhas, mas não impediu que números caíssem na América Latina
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 19/04/2023 16h06, atualizada em 19/04/2023 16h08
Celular com logomarca Netflix e pôsteres de produções do serviço de streaming ao fundo
(Imagem: Getty Images)
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A Netflix fechou o primeiro trimestre do ano com resultados abaixo do esperado. A gigante do streaming teve um lucro líquido de US$ 1,3 bilhão, uma queda de 18% em relação ao mesmo período em 2022, e aumentou em apenas 4% o número de novos assinantes. As informações foram disponibilizadas no relatório de ganhos da empresa, divulgado nesta terça-feira (18).

Leia mais:

Primeiro trimestre de 2023

  • O relatório de ganhos mostrou que a média de assinaturas pagas da Netflix, que aumentou em 4% em relação ao ano passado, corresponde a cerca de 1,75 milhão de novos assinantes.
  • O número ainda é abaixo do esperado; projeções giravam em torno de 2 milhões.
  • Agora, a Netflix totaliza 232,5 milhões de assinaturas no mundo todo.
  • A empresa revelou que a estratégia de restringir o compartilhamento de senhas teve sucesso no Canadá, Espanha, Portugal e Nova Zelândia; locais onde o número de assinantes cresceu.
  • A América Latina registrou uma queda de assinaturas.
  • Quanto à receita, a Netflix fechou em alta de 3,7% entre janeiro e março na comparação com 2022, o que representa US$ 8,1 bilhões.
  • O lucro da companhia atingiu US$ 1,3 bilhão.
  • Já as ações da empresa também recuaram, indo de US$ 3,53 no primeiro trimestre de 2022 para US$ 2,88 em 2023.
  • Após a divulgação do relatório, na terça, as ações caíram mais ainda: 11% na bolsa de valores de Nova Iorque.
  • Nesta quarta-feira (19), as ações da gigante de streaming diminuíram mais 2,9%.

Contexto do streaming

A oscilação da hegemonia da Netflix vem em meio a uma competição acirrada entre streamings, a tentativa de engatar um negócio de transmissões ao vivo (que, em sua segunda oportunidade, falhou) e uma possível greve dos roteiristas de Hollywood.

O co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, descreveu o período entre janeiro e março de 2023 como “um trimestre normal”.

Fim do envio de DVDs

  • No relatório, a empresa também anunciou que deu adeus a seus últimos resquícios de locadora: depois de 25 anos, o envio de DVDs por correio acabou.
  • Agora, a empresa segue apenas no ramo em que (ainda) é a maior, o streaming.
  • Antes de se consolidar como o primeiro streaming, o negócio da Netflix girava em torno de alugar DVDs e enviá-los pelo correio, em um típico envelope vermelho e branco.
  • No auge, em 2010, o negócio tinha cerca de 20 milhões de assinantes.
  • Os últimos DVDs serão enviados aos clientes em 29 de setembro.
  • A empresa não chegou a divulgar números de quantas pessoas ainda assinam o serviço.

Ted Sarandos aproveitou para agradecer os usuários em uma carta.

Aqueles envelopes vermelhos icônicos mudaram a maneira como as pessoas assistiam a programas e filmes em casa — e abriram caminho para a mudança para o streaming. Para todos que já adicionaram um DVD à fila ou esperaram na caixa de correio a chegada de um envelope vermelho: obrigado.

Ted Sarandos

Com informações de The New York Times

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.