Descoberta caverna marinha com 274 m de profundidade no México

Caverna marinha tem 274 metros de profundidade e recebeu nome de Taam ja' - "águas profundas" na língua maia
Por Pedro Spadoni, editado por Lucas Soares 25/04/2023 19h19, atualizada em 28/04/2023 08h38
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Cientistas do Ecosur (Colegio de la Frontera Sur) descobriram o segundo “buraco azul” mais fundo do mundo. Caverna marinha, com 274 metros de profundidade, fica na baía de Chetumal, no México, e recebeu nome de Taam ja’ – “águas profundas”, na língua maia.

Grupo encontrou este buraco em setembro de 2021, mas divulgou recentemente um estudo sobre a descoberta. Essa pesquisa saiu numa edição da revista Frontiers in Marine Science.

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O “buraco azul”

Beira do buraco azul Taam Ja'
Taam Ja’ tem lados muito íngremes, com declives de 80 graus (Imagem: Reprodução/Ecosur)

Usando mergulhos, amostras de água e pesquisas de eco-som, trabalho dos cientistas sugere que superfície de “buraco azul” tem área de 13,7 quilômetros quadrados e apresenta lados muito íngremes, com declives de 80 graus. Sua foz fica a pouco menos de cinco metros abaixo do nível do mar, onde a água muda significativamente com gradientes de temperatura e salinidade.

Em termos de profundidade, o buraco perde apenas para o encontrado em Sansha Yongle, na China (com 300 metros). No entanto, o novo “buraco azul” é notavelmente mais fundo do que o Grande Buraco Azul, na costa de Belize (país da América Central), que tem 125 metros de profundidade.

Passeie pela caverna marinha no vídeo abaixo, publicado pelo Ecosur:

Próximos passos

Os pesquisadores que descobriram Taam ja’ dizem que próximos estudos devem analisar diversidade microbiana das águas e entender que tipo de vida vive aqui. Estudar a estrutura e a geologia dessa caverna marinha também pode lançar alguma luz sobre o ambiente e o clima do passado distante.

Afinal, “buracos azuis” como este se formaram durante a última Idade do Gelo, quando o nível do mar estava mais de 100 metros abaixo do atual. Eles teriam começado a vida como uma caverna de calcário, mas quando a água do mar subiu, ela inundou e o teto desabou. Disso, surgiu uma caverna marinha.

Os cientistas até descobriram fósseis de criaturas pré-históricas, como tartarugas e crocodilos, embutidos em buracos semelhantes. Eles também são conhecidos por serem habitats movimentados para criaturas vivas, incluindo corais, tartarugas marinhas e tubarões, além de uma riqueza de vida microbiana única.

Vamos apenas torcer para que eles não encontrem lixo plástico lá embaixo.

Com informações de IFLScience

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Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.