Parceria entre Google e Apple quer combater o stalking; entenda

Google e Apple anunciaram uma parceria para desenvolver um padrão de alertas para usuários que estão sendo rastreados por tags inteligentes
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 02/05/2023 16h39
Apple-Google
Acordo bilionário entre Apple e Google pode ruir (Imagem: Reprodução)
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Apple e Google estão trabalhando juntas em uma iniciativa para impedir a prática conhecida como stalking (perseguição). Uma das formas mais comuns é o uso indevido de dispositivos de rastreamento de localização via bluetooth, como as AirTags.

A parceria foi anunciada nesta terça-feira (2) pela Apple. O comunicado diz que as empresas estão trabalhando em um conjunto padrão de alertas sobre rastreamento não autorizado das tags para plataformas iOS e Android.

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Essa nova especificação do setor se baseia nas proteções do AirTag e, por meio da colaboração com o Google, resulta em um passo crítico para ajudar a combater o rastreamento indesejado no iOS e no Android.

Ron Huang, vice-presidente de detecção e conectividade da Apple.

Rastreadores Bluetooth criaram enormes benefícios para o usuário, mas também trazem o potencial de rastreamento indesejado, que requer uma ação em todo o setor para resolver. O Android tem um compromisso inabalável de proteger os usuários e continuará a desenvolver fortes proteções e a colaborar com a indústria para ajudar a combater o uso indevido de dispositivos de rastreamento Bluetooth.

Dave Burke, vice-presidente de Engenharia para Android do Google.

O cenário atual

  • Atualmente, através da rede Find My, usuários de iPhones recebem uma notificação quando alguma AirTag desconhecida está próxima.
  • Em 2021, a Apple anunciou que disponibilizaria o aplicativo Tracker Detect para os usuários Android identificarem AirTags indesejadas.
  • O aplicativo para Android não funciona tão bem quanto para iPhones. Afinal, ele não emite alerta caso tenha uma tag próxima. Dessa forma, o usuário precisa ficar consultando se há algum rastreador próximo.
  • Além das duas empresas, outras fabricantes de rastreadores, como Tile, Chipolo, Eufy Security, Samsung e Pebbleebee irão colaborar com a iniciativa.

A iniciativa também terá a contribuição de grupos de segurança e defesa, como a Rede Nacional para Acabar com a Violência Doméstica (NNEDV, na sigla em inglês) e o Centro de Democracia e Tecnologia (CDT), que elogiaram a parceria entre as empresas para criação desse padrão:

Esses novos padrões minimizarão as oportunidades de abuso dessa tecnologia e diminuirão o fardo dos sobreviventes na detecção de rastreadores indesejados. Somos gratos por esses esforços e esperamos continuar trabalhando juntos para lidar com o rastreamento indesejado e o uso indevido.

Erica Olsen, diretora sênior do Projeto Rede de Segurança da Rede Nacional para Acabar com a Violência Doméstica.

O CDT continua a se concentrar em maneiras de tornar esses dispositivos mais detectáveis ​​e reduzir a probabilidade de serem usados ​​para rastrear pessoas. Um elemento-chave para reduzir o uso indevido é uma solução universal no nível do sistema operacional capaz de detectar rastreadores feitos por diferentes empresas na variedade de smartphones que as pessoas usam todos os dias.

Alexandra Reeve Givens, presidente e CEO do Centro para Democracia e Tecnologia.

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.