Após muita especulação, a Apple finalmente lançou nesta terça-feira (20) as AirTags, suas etiquetas eletrônicas que se conectam à rede Find My e permitem rastrear objetos do dia a dia como bolsas, mochilas, chaves e muito mais.

Mas desta vez, a empresa da maçã não saiu na frente. A Samsung anunciou recentemente a segunda geração de suas etiquetas eletrônicas, as Galaxy SmartTag+. E no papel, a tecnologia e os recursos do acessório são muito similares ao encontrado no lançamento da Apple.

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Se você vive esquecendo onde guardou as coisas, provavelmente quer saber: quais as diferenças e vantagens de uma sobre a outra? É o que vamos contar neste artigo.

Tecnologia básica da AirTag e Galaxy SmartTag+

Tanto as AirTags quanto as Galaxy SmartTag+ usam a mesma tecnologia básica: um rádio Bluetooth e um chip “Ultra-Wideband“. Ambas tiram proveito das redes de localização construídas por seus respectivos fabricantes.

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No caso da Apple a rede é a “Find My”, que já é usada para localizar iPhones, iPads, Apple Watches e Macbooks. No caso da Samsung, o recurso é o SmartThings Find, que funciona com outros aparelhos da marca.

Em ambos os produtos o conceito é simples: um aparelho que é parte da rede, como um iPhone ou smartphone Galaxy, está constantemente “escutando” o sinal outros membros ao seu redor, emitido via Bluetooth. É como se ele cumprimentasse, e fosse cumprimentado, por outros aparelhos pelos quais passa durante o dia.

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Quando uma etiqueta é dada como perdida, um servidor envia um aviso a todos os membros da rede na região onde ela foi vista pela última vez. Se um deles se aproximar da etiqueta, notifica o servidor: “achei a etiqueta X nas coordenadas Y e Z”. O servidor, por sua vez, repassa a mensagem ao proprietário da etiqueta.

iPhone alertando que uma AirTag foi encontrada. Imagem: Apple
iPhone alertando que uma AirTag foi encontrada. Imagem: Apple

Quando este se aproximar dela entra em ação o chip “Ultra-Wideband”: com as informações de distância e direção obtidas por ele, um smartphone pode mostrar na tela uma seta ou mapa indicando exatamente o caminho até a etiqueta perdida.

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É este chip que permite um salto no nível de precisão, de “sua bolsa está na sua casa” para “sua bolsa está no quarto, debaixo da cama”. Para auxiliar na localização, ambas as etiquetas são capazes de emitir um som para chamar a atenção.

Smartphone Samsung mostrando a localização de uma SmartTag+. Imagem: Samsung
Smartphone Samsung mostrando a localização de uma SmartTag+. Imagem: Samsung

Mas vale lembrar que para usar esta forma de localização mais precisa seu smartphone também precisa ter um chip UWB. Nos iPhone ele se chama U1 e está disponível nos iPhone 11, 11 Pro e11 Pro Max, além do iPhone 12, 12 Pro, 12 Pro Max e 12 mini. Já nos produtos da Samsung ele está limitado a aparelhos como a linha Galaxy S21 e o Galaxy Z Fold 2.

Compatibilidade

Este é provavelmente o ponto que irá decidir uma compra: as AirTags só funcionam com aparelhos da Apple, e só podem ser ativadas usando um iPhone, iPad ou iPod Touch rodando o iOS 14.5, ou mais recente. Da mesma forma, as Galaxy SmartTag+ exigem um aparelho da família Galaxy com Android 8.0 ou mais recente.

Ou seja, não dá para usar uma AirTag com um smartphone Samsung, ou uma Galaxy SmartTag+ com um celular Motorola. No caso das AirTags, é possível usar um smartphone Android para ler via NFC informações de uma etiqueta que você eventualmente encontre na rua, mas o recurso de localização não está disponível.

Design e acessórios

As AirTags têm o típico design da Apple: são discos com 32 mm de diâmetro e 6 mm de espessura, de plástico com uma tampa metálica com a logo da empresa. Já as Galaxy SmartTag+ são “quadrados” de plástico com os cantos arredondados, com 39 mm de lado e 10 mm de espessura.

Frente e verso de uma AirTag. Imagem: Apple
Frente e verso de uma AirTag. Imagem: Apple

Nesse ponto, as Galaxy SmartTag+ tem uma vantagem: um buraco para que você possa passar uma argola metálica (como a de um chaveiro) e pendurá-las no que quiser. As AirTags não tem nada parecido, e para pendurá-las você precisa comprar um acessório. 

Galaxy SmartTag+. Imagem: Samsung
Galaxy SmartTag+. Imagem: Samsung

Obviamente, a Apple tem vários modelos à venda. O mais barato, feito de poliuretano, custa o mesmo que uma AirTag (US$ 29). Versões em couro custam de US$ 35 a US$ 39. Mas há um modelo especial, produzido pela grife de luxo Hermés, que custa estonteantes US$ 349. O suficente para comprar uma dúzia de AirTags.

Acessórios para as AirTags. Preços podem variar de US$ 29 a US$ 349. Imagem: Apple
Acessórios para as AirTags. Preços podem variar de US$ 29 a US$ 349. Imagem: Apple

Outra vantagem das Galaxy SmartTag+: um botão que pode ser programado para fazer com que outro dispositivo conectado à rede SmartThings execute uma ação quando pressionado. Você pode programá-lo, por exemplo, para acender as luzes da sala ou a abrir e fechar a porta da garagem, caso sejam compatíveis.

Durabilidade das etiquetas

A Apple afirma que as AirTags tem certificação IP67 para resistência a água e poeira. Isso significa resistência completa à entrada de poeira, e à entrada de água no caso de submersão a até 1 metro de profundidade por até 30 minutos. 

As Galaxy SmartTag+ são menos resistentes. A certificação IP53 não garante que poeira não irá entrar no aparelho, mas se isso acontecer, não deve ser em quantidade suficiente para prejudicar o funcionamento.

Já quanto à água, a resistência é ao que é chamado de “spray”: água caindo a um ângulo de até 60º na vertical não deve causar danos, o que deve proteger de uma chuva leve. Mas a sobrevivência a submersão não está garantida.

Um ponto importante: ambas as etiquetas usam baterias removíveis: são “pilhas botão” CR2032 padrão, muito fáceis de encontrar. 

Preço da AirTag e Galaxy SmartTag+

Por fim, o preço: nos EUA as AirTag custam US$ 29 cada, ou US$ 99 em um pacote com quatro unidades. No Brasil o preço é bem mais salgado: R$ 369 por uma etiqueta, ou R$ 1.249 em um kit com quatro unidades.

As Galaxy SmartTag+ custam mais caro, US$ 39,90 cada nos EUA. Aqui no Brasil temos apenas o modelo anterior, a Galaxy SmartTag (sem o +), que não tem o chip UWB para aumentar a precisão da localização. Cada uma custa R$ 199.