Um artigo publicado esta semana na revista Nature Ecology and Evolution descreve um incrível depósito fóssil descoberto no Reino Unido. O local contém olhos e cérebros preservados de criaturas de 462 milhões de anos escondidos em meio a um tesouro de espécies desconhecidas. 

Chamado Castle Bank, o sítio abriga uma imensa quantidade de criaturas invertebradas marinhas e seus órgãos, dando aos pesquisadores uma janela única de como a vida de corpo mole se diversificou no Período Ordoviciano (485,4 milhões a 443,8 milhões de anos atrás), de acordo com um comunicado divulgado pelo Museu do País de Gales.

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Os autores do estudo acreditam ter recuperado mais de 170 espécies do local, a maioria delas nova para a ciência. 

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Uma reconstrução 3D dos fósseis de Castle Bank, no Reino Unido. Crédito: Yang Dinghua / Nature Ecology & Evolution

Entre essas espécies, estão cracas, camarões e uma criatura não identificada semelhante a um inseto de seis patas. As rochas também abrigam os sistemas digestivos fossilizados de trilobites e os olhos e cérebro de um artrópode não identificado, bem como vermes e esponjas preservados.

“Toda vez que voltamos, encontramos algo novo, e às vezes é algo realmente extraordinário”, diz Joseph Botting, pesquisador honorário do Amgueddfa Cymru. “Há muitas perguntas sem resposta, e este sítio vai continuar produzindo novas descobertas por décadas”.

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Botting descobriu o local em 2020, perto de sua casa em Llandrindod Wells, durante o lockdown da Covid-19. Para proteção da área e a pedido do proprietário do terreno, a localização exata é um segredo, mas os autores, que passaram 100 dias por lá, o descrevem como uma pequena pedreira dentro de uma fazenda de ovelhas.

Fóssil de um artrópode com seu intestino visível como uma linha escura descoberto em um sítio de fósseis no Reino Unido. Crédito: Joe Botting

O ecossistema preservado em Castle Bank pode ter sido um berçário para filhotes, com apenas exemplos juvenis da espécie de trilobita mais comum – chamada Ogyginus corndensis – encontrada no local. 

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No entanto, os autores do estudo também consideram que o tamanho pequeno dos fósseis pode ser simplesmente uma característica da comunidade de animais que lá viviam.

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