Problemas estomacais são um dos sintomas mais comuns de estresse e ansiedade, principalmente porque o sistema digestivo contém a maior área de nervos fora do cérebro, com o trato digestivo e o cérebro compartilhando muitas das mesmas conexões nervosas.

Embora a gastrite nervosa não resulte em inflamação do estômago como a gastrite clássica, ela pode causar sintomas semelhantes, como azia, sensação de queimação e sensação de estômago cheio.

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O que é a gastrite nervosa?

A gastrite é uma condição na qual o revestimento do estômago sofre irregularidades no pH gástrico, o que aumenta a produção de ácido, levando a um estômago inflamado e irritado.

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Diferentemente de outros tipos de gastrite, que são causados por infecções ou hábitos ruins – como consumo excessivo de álcool ou medicamentos, a gastrite nervosa é desencadeada simplesmente por causa das emoções.

Dor de estômago. Foto: Jonathan Borba/Unsplash
Dor de estômago. Foto: Jonathan Borba/Unsplash

Seja por um evento isolado ou problemas crônicos, o estresse causa um impacto físico no sistema digestivo. Isso ocorre porque alguns dos hormônios e substâncias químicas do estresse, como o cortisol, são liberados pelo corpo e entram na corrente sanguínea e trato digestivo.

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Esses hormônios aumentam ainda mais o ácido gástrico, reduzindo a capacidade do corpo de reparar tecidos inflamados e danificados, além de terem um efeito negativo sobre a flora intestinal e de diminuírem a produção de anticorpos. 

Sintomas da gastrite nervosa

A dor no estômago é um dos sintomas mais predominantes da gastrite e, nos períodos de estresse, a dor pode ser bastante intensa. Náusea persistente e desconforto na região epigástrica, a “boca do estômago”, também são muito comuns, assim como inchaço e dor abdominal, dor de cabeça, mal-estar geral, contrações musculares, perda de apetite, vômito, flatulência frequente, e diarreia ou constipação.

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Os sintomas da gastrite nervosa podem aparecer a qualquer momento, mas se intensificam durante períodos de estresse ou ansiedade.

Mal-estar. Foto: Dragana Gordic/Shuttesrtock
Mal-estar. Foto: Dragana Gordic/Shuttesrtock

Quando o paciente sofre com algumas dessas condições, a própria condição pode se tornar uma fonte de ansiedade e afetar sua qualidade de vida com um ciclo vicioso. A perda de apetite, por exemplo, junto da sensação de saciedade mesmo após o consumo de uma pequena porção de alimento, pode resultar em perda súbita de peso e no desenvolvimento de outras condições médicas.

Outro problema que acomete parte dos pacientes com gastrite nervosa começa com as erosões gástricas, causadas pelo excesso de ácido, que podem se tornar úlceras. No entanto, como alguns desses sintomas também podem estar presentes em outros tipos de gastrite, isso pode complicar o diagnóstico.

Exames e diagnóstico 

Agendar uma consulta com um gastroenterologista é uma das únicas maneiras de obter um diagnóstico, e a maioria dos médicos solicita uma endoscopia para obter uma resposta definitiva. Esse procedimento é usado para examinar o trato digestivo de uma pessoa com um endoscópio, um tubo flexível com uma luz e uma câmera acopladas a ele.

Endoscopia. Foto: Kzenon/Shutterstock
Endoscopia. Foto: Kzenon/Shutterstock

Para esse exame, um endoscópio é passado pela boca e pela garganta, permitindo que o médico visualize o esôfago, o estômago e a parte superior do intestino delgado em um monitor.  As endoscopias geralmente não causam dor, pois um sedativo é administrado antes do início do procedimento. Alguns pacientes, no entanto, podem sentir um leve desconforto na garganta depois da endoscopia, que geralmente desaparece em um dia.

Como tratar a gastrite nervosa?

Como a gastrite nervosa é causada principalmente por emoções, o tratamento inclui uma combinação de dieta, mudanças no estilo de vida e medicamentos.

Os sintomas podem ser evitados ou reduzidos até certo ponto com medicamentos, desta forma, médicos podem prescrever uma variedade de medicamentos para neutralizar o ácido estomacal, como antiácidos, geralmente prescritos apenas para um curto período. Como esses medicamentos tratam apenas os sintomas, eles devem ser acompanhados de tratamentos para o problema em si.

Dieta saudável. Foto: Nadine Primeau/Unsplash
Dieta saudável. Foto: Nadine Primeau/Unsplash

Uma mudança na dieta pode ajudar muito, já que certos alimentos são conhecidos por irritar o estômago. Fazer refeições menores e mais leves, com alimentos fáceis de digerir, e aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras e com baixo teor de gordura são duas das maneiras mais eficazes de aliviar a gastrite nervosa de maneira prolongada. Verduras como couve, espinafre e alface são especialmente recomendadas.

Por outro lado, os sintomas podem piorar com alimentos ácidos, como tomates, alimentos picantes, fritos e ricos em gorduras e açúcar. Algumas bebidas também devem ser evitadas, como as gaseificadas, as com cafeína e as alcoólicas.

Embora o estresse seja uma parte normal da vida – impossível de ser evitado, uma boa maneira de controlar os sintomas da gastrite nervosa e prevenir a doença é regular suas emoções adequadamente. Portanto, é importante identificar a fonte do estresse e trabalhar nas formas de lidar com ele, buscando ajuda, por exemplo, de um terapeuta especializado em ansiedade. 

Ioga. Foto: Alexandra Tran/Unsplash
A prática de ioga pode ajudar na gastrite nervosa. Foto: Alexandra Tran/Unsplash

Outras opções de tratamento para o estresse são meditação, ioga, técnicas de relaxamento, e a prática regular de esportes. Infelizmente, a maioria dos pacientes não segue os métodos preventivos de maneira consistente e tem uma recorrência regular dos sintomas.

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