WhatsApp pode ser banido do Reino Unido

O WhatsApp é se opôs ao Projeto de Lei de Segurança Online, que obrigará empresas a desativarem a proteção de mensagens por criptografia
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 09/05/2023 17h57
WhatsApp
(Imagem: r.classen / Shutterstock.com)
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Uma nova medida do governo do Reino Unido pode proibir o WhatsApp, caso a Lei de Segurança Online seja aprovada. 

  • Se isso acontecer, redes sociais serão obrigadas a desativar a proteção de mensagens por criptografia.
  • O projeto de lei visa combater, principalmente, o terrorismo e o abuso sexual infantil online. A intenção das autoridades é rastrear o que é dito nas conversas de redes sociais para evitar essas práticas criminosas.
  • Anteriormente, Will Cathcart, chefe do WhatsApp, disse que prefere que o aplicativo seja removido da região caso as autoridades solicitem o enfraquecimento da privacidade do mensageiro. Segundo ele, essa é uma legislação preocupante;
  • Uma carta assinada por algumas empresas de mídias sociais que serão afetadas caso a lei entre em vigor, incluindo WhatsApp, se posicionaram contra a legislação.

Além da quebra das criptografias, o projeto de lei aborda diversos aspectos digitais na Grã-Bretanha. O projeto está em elaboração por mais de quatro anos e conta com mais de 250 páginas.

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A criptografia de ponta a ponta do WhatsApp, por exemplo, impede que qualquer pessoa tenha acesso às mensagens de uma conversa — nem mesmo a rede social consegue.

Com a lei, as empresas serão obrigadas a desfazer suas criptografias de ponta a ponta para fornecer dados de mensagens de usuários quando o Ofcom, órgão regulador de mídia do Reino Unido, pedir uma quebra de sigilo.

Uma coalizão dos provedores de aplicativos de mensagens publicou uma carta que se posiciona contra a lei.

 O projeto de lei não fornece proteção explícita para criptografia e, se implementado como está escrito, pode capacitar a Ofcom a tentar forçar a verificação proativa de mensagens privadas em serviços de comunicação criptografados de ponta a ponta, anulando o propósito (…) e comprometendo a privacidade de todos os usuários.

Carta assinada pelas empresas provedoras dos aplicativos de mensagens.

No mês passado, Will Cathcart, chefe do WhatsApp, disse em entrevista ao The Guardian que a rede social se recusaria a cumprir com os requisitos do projeto caso as autoridades solicitem o enfraquecimento da privacidade do aplicativo de mensagens. Segundo ele, essa é uma legislação preocupante.

A realidade é que nossos usuários em todo o mundo querem segurança. 98% dos nossos usuários estão fora do Reino Unido. Eles não querem que reduzamos a segurança do produto e, simplesmente, seria uma escolha estranha para nós escolher reduzir a segurança do produto de uma forma que afetaria esses 98% dos usuários.

Will Cathcart, chefe do WhatsApp.

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.