Clima no mundo vai mudar completamente nos próximos anos

As zonas climáticas estão sofrendo alterações profundas nos últimos anos. Estudo indica que a situação deve se intensificar cada vez mais
Por Mateus Dias, editado por Bruno Capozzi 10/05/2023 19h19, atualizada em 14/05/2023 15h21
Imagem de furacão se formando na Terra, visto do espaço
Imagem: 3dmotus/Shutterstock
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As mudanças climáticas têm se mostrado cada vez mais evidentes com ondas de calor extremas, secas, tempestades e inundações. Agora, com um novo estudo, pesquisadores apontam que até 2100 quase metade do planeta entrará em novas zonas climáticas.

A pesquisa recentemente publicada na revista Earth’s Future simulou como mudanças na temperatura e na precipitação podem modificar o clima de determinadas regiões, a ponto de se tornarem completamente diferentes de como eram em observações feitas na década de 1880, quando os primeiros mapas climáticos foram produzidos.

A equipe de pesquisadores liderada pelo cientista climático George Mason apontou que cerca de 38% a 40% do território terrestre global poderá estar em uma zona climática diferente até o final do século. Se forem usados modelos climáticos mais sensíveis às mudanças climáticas e ao aquecimento global, essa porcentagem pode subir para 50%. 

Para projetar as mudanças, os pesquisadores utilizaram modelos climáticos que se baseiam nas cinco zonas climáticas sugeridas por Köppen-Geiger e que levam em consideração temperatura, precipitação e estações do ano, são elas: tropical, árida, temperada, continental e polar.

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Mudanças nas zonas climáticas

Com base nas projeções, eles estimam que os climas tropicais aumentem de 23% para 25% da área terrestre global, e a zonas áridas aumentarão de 31% para 34%, o que pode afetar o sistema de produção de alimentos e levar zoonoses como a dengue para novas áreas.

As principais mudanças devem se concentrar na América do Norte e Europa, onde 66% e 89% dos seus territórios, respectivamente, podem passar para zonas climáticas diferentes. Em outras regiões como na África, as temperaturas aumentarão e a ocorrência de eventos climáticos se tornará mais frequente, mas apenas dentro do limite das zonas atuais.

Essas mudanças já são percebidas em alguns locais, mas as regiões de clima polar já são drasticamente afetadas. Elas representavam 8% do território global entre 1901 e 1930 — atualmente, o índice é de 6,5%.

Desde o início do século 20, a Terra já experimentou 14,77% de sua área terrestre mudando sua classificação climática, com as mudanças mais extensas observadas na América do Norte, Europa e Oceania

Trecho do artigo

O alerta que fica é que para essas mudanças serem amenizadas é necessária a redução de emissões de carbono, a fim de desacelerar o aquecimento global.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.