Fim do sonho? Carros populares podem voltar com preço decepcionante

Governo trabalha com faixa de R$ 60 mil, mesmo com subsídios, corte de impostos e ajuda dos estados
Rodrigo Mozelli20/05/2023 00h48
Renault Kwid
Imagem: Divulgação/Renault
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Parece que o sonho chegou ao fim. Após imaginarmos os veículos populares voltando aos preços populares, isso não deve acontecer.

R$ 30 mil? Esqueça. R$ 40 mil? Esqueça também. R$ 50 mil? Sequer isso! O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), responsável pelo projeto, visa faixa de preço perto de R$ 60 mil.

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Para isso, o governo vai precisar de uma série de subsídios, e, inclusive, ajuda dos estados da nação para alcançar a quantia. O Estadão apurou que o vice-presidente e ministro da pasta, Geraldo Alckmin, tenta acelerar o fechamento do pacote de medidas para baratear os carros.

Está previsto o anúncio dessas medidas para o evento do dia 25 de maio, ma sede da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), sediada em São Paulo/SP, justamente no dia da Indústria.

Entre as medidas que integram o pacote, estão:

  • FGTS como garantia caso o proprietário se torne inadimplente;
  • Corte de impostos;
  • Subsídio do governo para juros do financiamento veicular;
  • Possibilidade de simplificação dos veículos de entrada, com remoção de equipamentos e itens de conforto.

Hoje, os veículos mais baratos que encontramos no mercado de 0 km são o Renault Kwid, Fiat Mobi e Peugeot 208, com preço de R$ 68.990, podendo ser menor em promoções de concessionárias.

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Nos anos 1990, o Brasil tentou emplacar algo semelhante. Chamada de “Fusca do Itamar”, foi lançada, pela Volkswagen, versão do Fusca para estimular a indústria nacional. Ela possuía itens bem básicos e sequer tinha retrovisor direito.

O Fusca do Itamar conseguiu estimular, mas foi descontinuado pouco depois. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o preço do Fusca de entrada, atualmente, seria de R$ 80 mil, sendo que, à época, custava R$ 7,5 mil. Havia incidência de apenas 0,1% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Com informações de Estadão

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Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.