Esqueleto de 7 mil anos é encontrado em perfeito estado na Polônia

Junto ao esqueleto, estavam peças de cerâmica que ajudaram os arqueólogos da Polônia a deduzir a idade do achado
Flavia Correia20/05/2023 17h38
esqueleto-polonia
Esqueleto de cerca de 7 mil anos descoberto perfeitamente conservado na Polônia. Crédito: Pawel Micyk & Lukasz Szarek
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Arqueólogos na Polônia descobriram um esqueleto completo pertencente a uma pessoa que viveu há cerca de 7 mil anos nas proximidades do que hoje é a cidade de Cracóvia.

Descoberto durante a reforma de uma praça da cidade em Słomniki, o esqueleto neolítico está em perfeito estado de conservação e foi encontrado junto a fragmentos de cerâmica. Com base no estilo das peças, os estudiosos deduziram a idade aproximada dos restos mortais.

Imagem aérea do local das escavações feita por drone. Crédito: Pawel Micyk & Lukasz Szarek

Segundo Paweł Micyk, arqueólogo da Galty Earth and Engineering Services, que liderou as escavações no local, revelou ao site Live Science que o indivíduo foi enterrado em solo solto e com uma composição química não ácida, o que ajudou a preservar a ossada.

Fóssil encontrado na Polônia vai passar por análise

“No momento, não podemos determinar quem era a pessoa enterrada, mas uma futura análise antropológica provavelmente trará mais informações”, disse Micyk, afirmando que a equipe planeja datar o achado por radiocarbono para determinar um período de tempo mais preciso de quando o indivíduo viveu.

Fragmentos de sílex também foram encontrados ao lado da sepultura. Alguns dos itens estavam danificados porque o nível superior do túmulo foi aplanado em algum momento no passado, de acordo com Micyk.

Leia mais:

Małgorzata Kot, professor adjunto de arqueologia da Universidade de Varsóvia, que não está envolvido com a escavação, disse que “esta é uma descoberta emocionante e muito importante”. Segundo ele, a cova pertence aos primeiros agricultores neolíticos que cruzaram os Cárpatos pelo sul para entrar na Polônia.

Kot também disse que pouco se sabe sobre a cultura e prática funerária desses primeiros agricultores. “Eles enterravam seus mortos dentro dos assentamentos ou em túmulos isolados, mas cemitérios são muito raros”, disse o arqueólogo. 

“Devemos pensar que esses primeiros agricultores estavam entrando em uma terra absolutamente nova para eles. Área da floresta profunda das Terras Baixas da Europa Central. Uma região de clima mais severo, mas também uma terra já habitada por outros povos”, disse Kot, observando que eles teriam encontrado caçadores-coletores que já viviam lá.

“Os agricultores e caçadores-coletores coexistiram por cerca de dois milênios, mas como eles interagiram não é totalmente claro”, disse Kot.

Os achados ainda não foram descritos em artigo para publicação em revista científica.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.