Como prometido, a Microsoft entrou na quarta-feira (24) com um apelo contra a decisão de bloqueio do Reino Unido quanto a compra da Activision Blizzard. A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), regulador antitruste da Grã-Bretanha, vetou o negócio em abril afirmando que o acordo pode gerar um monopólio e prejudicar o mercado de jogos na nuvem.
Resumo do caso:
- A CMA anunciou no dia 26 de abril que decidiu bloquear a compra da Activision pela Microsoft por US$ 69 bilhões por acreditar que o mercado de jogos em nuvem seria prejudicado;
- O órgão apontou que a Microsoft já controla de 60% a 70% de fatia de participação no segmento e adicionar controle sobre títulos populares, como Call of Duty, daria uma vantagem significativa a empresa, enfraquecendo “substancialmente a concorrência”;
- Embora o regulador já tivesse concordado que a aquisição não impactaria a concorrência no que diz respeito a distribuição de jogos como Call of Duty, ela viu risco no campo de jogos em nuvem;
- Na União Europeia, a aquisição foi finalmente aprovada em 15 de maio, após a empresa apresentar diversas soluções (as mesmas propostas ao Reino Unido);
- Vale pontuar que o Reino Unido não faz parte da UE, sendo assim, as decisões de ambas as frentes podem ser diferentes.
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A Microsoft apresentou o recurso ao Tribunal de Apelação da Concorrência (CAT), que trata dos recursos contra as decisões da CMA. O Tribunal se recusou a comentar.
Após o bloqueio, insatisfeito e descontente, o presidente da big tech, Brad Smith, criticou a decisão dizendo que o capítulo na negociação “abalou a confiança na indústria de tecnologia do Reino Unido”. Em entrevista à BBC, o executivo da Microsoft acrescentou ainda que foi “provavelmente o dia mais sombrio em nossas quatro décadas na Grã-Bretanha”.
Em resposta ao CEO, na época, a executiva-chefe da CMA, Sarah Cardell, esclareceu que o papel do regulador é garantir que a Grã-Bretanha seja um ambiente competitivo para que as empresas possam crescer e prosperar. Ela também reforçou que o desfecho foi baseado em análises e defendeu a decisão do órgão.
A Activision é responsável por alguns dos maiores jogos de console e PC do mundo, incluindo a franquia Call of Duty e World of Warcraft. A compra pela Microsoft é vista como o maior negócio de todos os tempos no mercado de jogos e por isso tem sofrido tanto escrutínio.
Embora o acordo já tenha sido aprovado em diversos países, incluindo Brasil, reguladores do Reino Unido e também dos EUA têm exigido mais soluções para proteger a concorrência em seus territórios. Segundo informações da Reuters, a Microsoft inclusive já entrou com recursos contra a ação da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, que também planeja bloquear o acordo.
Caso a contestação da Microsoft não seja aceita ou não consiga a aprovação de outros reguladores, a companhia terá que pagar US$ 3 bilhões em taxas de rescisão à Activision.
Com informações da Reuters
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