Conheça o caixão ecológico de cogumelo

Segundo a empresa criadora do caixão de cogumelo, ele pode se degradar em menos de dois meses, enquanto ajuda a decompor o cadáver
Por Flavia Correia, editado por Lucas Soares 30/05/2023 16h44, atualizada em 31/05/2023 21h28
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Uma startup holandesa chamada Loop Biotech desenvolveu um caixão feito de cogumelo que pode se degradar em menos de dois meses, oferecendo uma alternativa ecológica de sepultamento.

Segundo a empresa, a matéria-prima do caixão é o micélio, um conjunto de filamentos emaranhados encontrados na raiz dos cogumelos, que é combinado com fibra de cânhamo e ingredientes secretos para formar uma massa. 

Então, a mistura é despejada em um molde especial que, após uma semana, se transforma em uma estrutura que se parece basicamente com um casulo de bicho-da-seda em escala humana. Para finalizar, o caixão é forrado com uma camada de musgos.

Caixão “Loop Living Cocoon”, feito de cogumelos se assemelha a um casulo de bicho-da-seda em escala humana. Crédito: Loop Biotech

Em comparação com um caixão de madeira tradicional, que pode pesar de 80 kg a 300 kg, o “Loop Living Cocoon” é leve e arejado, não passando de 66 kg.

Dependendo das condições, um caixão comum leva dezenas de anos para se decompor na natureza. Já a versão de cogumelos se desfaz em seis semanas – enquanto também trabalha decompondo o corpo, acelerando o processo pelo qual a natureza pode absorver os nutrientes cadavéricos. 

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Empresa produz caixão e urna funerária para cinzas

Além dos caixões, que custam em torno de US$1.000 (pouco mais de R$5 mil), a empresa também oferece urnas do mesmo material para armazenar cinzas cremadas, por um preço médio de US$212 (algo em torno de R$1.070).

Além do caixão, a empresa também produz urnas funerárias para armazenamento de cinzas. Crédito: Loop Biotech

“Em vez de: ‘morremos, acabamos no solo e pronto’, agora há uma nova história: podemos enriquecer a vida após a morte e continuar a prosperar como uma nova planta ou árvore”, disse o fundador da empresa, Bob Hendrikx, à Associated Press. “Isso traz uma nova narrativa em que podemos fazer parte de algo maior do que nós mesmos”.

Para ele, os caixões e urnas da Loop Biotech estão “agregando valor em vez de poluir o solo”.

Atualmente, a empresa tem capacidade para desenvolver 500 caixões ou urnas por mês, que são distribuídos para toda a Europa. Até hoje, segundo Hendrikx, cerca de 100 enterros foram feitos com o “Casulo Vivo”, na Holanda, Alemanha e Bélgica.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.