Se você não gosta de um sabor específico, a culpa pode não ser sua, mas sim dos seus genes. Um estudo publicado na PubMed procurou entender qual o papel do gene que controla a ingestão de certos tipos de alimentos, o receptor de melanocortina 4 ou MC4R, e como isso afeta nossa percepção.

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Experimento 1

Para o experimento, a equipe forneceu aos participantes três pratos iguais em tudo: aparência, cheiro e sabor. A única diferença era o teor de gordura, já que alguns tinham 20% (baixo), outros 40% (médio) ou 60% (alto).

Os pesquisadores constataram que quem tinha uma mutação no gene MC4R comeu quase o dobro do prato com alto teor de gordura do que os outros participantes.

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Conclusões

Os pesquisadores perceberam que isso acontece porque as pessoas com a mutação do gene têm cérebros menos sensíveis em relação à gordura de seus próprios corpos. Complexo, né? Então vamos reformular: eles acham que têm menos gordura do que realmente têm, então comem mais.

Porém, o gene não tem impacto somente na quantidade que a pessoa come, mas também no que ela come.

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Imagem ilustrativa de edição de genes
Seu gosto por alimentos tem a ver com seus genes (Crédito: Vchal/Shutterstock)

Experimento 2

No segundo teste, as mesmas pessoas do primeiro experimento receberam as sobremesas, que tinham como única diferença a quantidade de açúcar: 8% (baixo), 26% (médio) e 54% (alto).

Conclusões

Os mesmos indivíduos com a mutação que comeram mais dos alimentos gordurosos, comeram menos a sobremesa com alto teor calórico. Ou seja, a mutação do gene não difere somente na percepção do gosto da gordura.

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Um donut em primeiro plano
Gosto de vegetais, alimentos gordurosos e doces pode ser percebido de formas diferentes a depender de mutações genéticas (Crédito: Foodie Girl/SnapStock)

Outras situações

  • Os pesquisadores já mostram que 50% das pessoas têm uma variação no gene TAS2R38, que detecta o amargor e influencia na experiência de comer certos alimentos, como vegetais.
  • Outras pessoas têm uma variação no gene do receptor olfativo OR6A2. E isso faz com que elas percebam os aldeídos de alimentos, como do coentro, de forma mais forte.
  • Ou seja, a culpa de algumas pessoas gostarem ou não gostarem de certos sabores pode ter a ver com os genes e suas variações.
  • Ainda, outro estudo publicado na ACS Publications mostrou que a influência do gosto também pode estar relacionado com o microbioma em que a pessoa está inserida.
  • Assim, basta a pessoa ter certo conjunto de genes para sentir os gostos de certa forma, sejam mais amargos ou suculentos.

Com informações de PubMed e ACS Publications

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