A Hurtigruten Norway, empresa de cruzeiros, revelou nesta quarta-feira (7) um novo ecológico e ousado projeto: um navio elétrico de emissão zero com velas retráteis cobertas por painéis solares. Segundo anúncio da companhia, o transporte marítimo já tem até previsão para zarpar — em 2030. 

O que você precisa saber: 

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  • O navio de emissão zero dependerá de energia eólica e solar. A embarcação será elétrica e equipada com baterias carregadas com energia renovável quando estiver no porto. Eles também serão alimentados por velas retráteis cobertas por painéis solares; 
  • O transporte terá 270 cabines para acomodar 500 hóspedes e 99 tripulantes, e seu formato aerodinâmico resultará em menor resistência do ar, ajudando a reduzir ainda mais o uso de energia; 
  • Os passageiros também serão convidados a reduzir seu uso de energia e água por meio de um aplicativo móvel interativo, uma forma de minimizar seu próprio impacto climático; 
  • Denominado “Sea Zero”, o projeto foi inicialmente anunciado em março de 2022; 
  • O cruzeiro está sendo desenvolvido pela Hurtigruten Norway e outros 12 parceiros marítimos, além do instituto de pesquisa norueguês SINTEF. 

Leia mais! 

Considerada uma empresa pequena, a Hurtigruten Norway conta atualmente com uma frota de 8 navios, cada um com capacidade para 500 passageiros. Para a CEO da companhia, Hedda Felin, a inovação pode “inspirar toda a indústria marítima”. 

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Imagem: divulgação/Hurtigruten Norway

Segundo explicação de Gerry Larsson-Fedde, vice-presidente sênior de operações marítimas da Hurtigruten Norway, as baterias do cruzeiro elétrico terão um alcance de 300 a 350 milhas náuticas, o que significa que durante uma viagem de ida e volta de 11 dias o navio teria que ser carregado cerca de sete ou oito vezes. 

Assim, para reduzir essa dependência, as três velas retráteis se beneficiarão do vento, alcançando uma altura máxima de até 50 metros para auxiliar na propulsão do transporte. Larsson-Fedde acrescentou que as velas serão cobertas por um total de 1.500 metros quadrados de painéis solares, responsáveis por gerar energia para a recuperação durante a navegação. 

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Na Noruega, embora às vezes possa ser escuro no inverno, ainda temos sol no sul. E temos sol 24 horas por dia no verão. Seremos superalimentados pelo sol da meia-noite acima de tudo. 

Gerry Larsson-Fedde, vice-presidente sênior de operações marítimas da Hurtigruten Norway. 

Sobre o incentivo aos passageiros no que diz respeito ao seu próprio impacto climático, o vice-presidente acredita que “torná-los mais conscientes de quanta energia eles usam gastando 10 minutos a mais no chuveiro ou com o ar-condicionado cheio” é importante para a essência do projeto. 

Imagem: divulgação/Hurtigruten Norway

Indústria naval e as emissões globais 

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De acordo com a CNN Travel, a indústria naval é responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo dados da Organização Marítima Internacional (IMO), órgão da ONU que regula a navegação global. 

Em 2018, a IMO introduziu uma meta para reduzir as emissões em pelo menos metade até 2050. 

Somos dependentes do oceano e do meio ambiente. Esse é o nosso produto: oceanos limpos, portos limpos… Queremos impulsionar e ser líderes em sustentabilidade, pois acreditamos que nossa indústria é muito lenta e não é ambiciosa o suficiente. 

Hedda Felin, CEO da Hurtigruten Norway. 

Nos próximos dois anos, o plano da empresa é testar as tecnologias propostas antes de finalizar o projeto em 2026. Se tudo sair como o planejado, incluindo a viagem da primeira embarcação em águas norueguesas em 2030, a companhia irá adequar toda a sua frota às emissões zero. 

Com informações da CNN Travel

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