O hemisfério sul começa a ser atingido nesta quarta-feira (21) pelo inverno e entra na rota do super El Niño. O fenômeno meteorológico deve ser muito intenso e modificar o clima do planeta enquanto estiver ativo no segundo semestre.

Existem dois tipos de El Niño: o clássico, que altera a temperatura do mundo todo com o aquecimento de uma grande faixa do Oceano Pacífico, e o costeiro, em que ocorre o aquecimento apenas na costa do Peru e do Equador.

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O que você precisa saber?

  • O El Niño é um fenômeno meteorológico que eleva a temperatura do Oceano Pacífico;
  • Como consequência, há recordes de temperaturas em várias partes do globo;
  • O evento começa neste semestre.

De acordo com a OMM, o fenômeno climático tem 80% de probabilidade de se formar até setembro deste ano. Ele ocorre em média a cada dois a sete anos, e os episódios geralmente duram de nove a 12 meses.

Além do calor, o El Niño deve aumentar a seca ou chuvas em diferentes partes do mundo. Isso pode trazer alívio da seca no Chifre da África e outros impactos relacionados ao La Niña, mas também pode desencadear eventos climáticos e climáticos mais extremos.

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“El Niño é basicamente uma mudança na força e direção dos ventos alísios que sopram do leste para o oeste no Oceano Pacífico, o que faz com que a água quente encontrada na parte ocidental do Oceano Pacífico se mova para a região central e oriental do Pacífico”, explica Ángel Adames Corraliza, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, à BBC News.

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NASA revela imagem

Nesta quarta-feira (21), a NASA divulgou uma imagem de satélite que mostra a aproximação do evento.

A imagem da NASA mostra o Oceano Pacífico entre os dias 1 e 10 de junho. De acordo com a agência, o que vemos destacado são anomalias na altura do nível do mar.

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  • O azul é o mar com um nível abaixo da média;
  • O branco o mar em nível normal;
  • E o vermelho onde o mar está mais alto.

O registro é dos satélites Sentinel-6 Michael Freilich e Sentinel-3B. A divulgação e processamento das imagens foi feito pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA.

El Niño
Nasa capta imagem do El Niño – fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas — Foto: Sentinel-6 Michael Freilich / Nasa

Os perigos do El Niño

Segundo a Metsul, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, informou que a “anomalia de temperatura da superfície do mar era de +0,3ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global. O valor está na faixa de neutralidade de -0,4ºC a +0,4ºC”.

Durante os eventos do El Niño, as águas quentes na superfície aumentam o nível de profundidade do oceano que separa a água superficial quente da água mais fria abaixo. 

Eventos mais fortes também perturbam o movimento de ar em grande escala, que normalmente ajudam a distribuir o calor pela superfície da Terra, causando um inverno severo e prolongado nas latitudes mais altas da América do Norte e do Sul, e contribuindo para monções mais fracas na Índia e no sudeste da Ásia.

Muralha milenar protege o Peru de inundações

O problema, entretanto, não é novo na região e vem de milênios. No norte do Peru, uma parede de pedra se estende por cerca de 10 quilômetros pelo deserto. Durante muito tempo pensou-se que ela havia sido construída por uma antiga civilização pré-colombiana como forma de defesa, mas agora, um novo estudo aponta que, na verdade ela servia como proteção das inundações causadas pelo fenômeno climático.

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